
Pois é, não deu outra. A situação em Agudos, que já vinava deixando muita gente de cabelo em pé, culminou em uma das multas mais expressivas que se tem notícia na região. O Procon local, de forma bastante contundente, aplicou uma sanção financeira de R$ 1.672.598,00 na SABESP. O motivo? Uma sequência interminável de falhas no abastecimento de água que transformou a rotina de milhares de moradores em um verdadeiro pesadelo.
Não foi um problema de um dia ou outro, não. A coisa se arrastou por meses — mais precisamente entre abril e julho deste ano. Imagina só: abrir a torneira e não saber se vai sair água. Planejar o dia, a semana, sem ter a menor certeza do básico. Uma instabilidade que beira o absurdo, convenhamos.
Reclamações que Viraram um Rio
O baque foi geral. O Procon simplesmente foi inundado por uma enxurrada de reclamações. Foram mais de 380 registros formais de consumidores esgotados com a falta d'água constante. E olha, não era só a inconveniência de ficar sem tomar banho. Estamos falando de prejuízos reais: comércios parados, restaurantes impossibilitados de funcionar, e o dia a dia de famílias inteiras completamente desestabilizado.
O que mais tirou a paciência da galera, além da falta do líquido, foi a total falta de comunicação. A empresa simplesmente não avisava sobre os cortes, não dava prazo para normalização, nada. As pessoas ficavam completamente no escuro, sem ter como se organizar. Uma falta de transparência das grandes.
A Defesa (Tímida) da SABESP
Do outro lado, a SABESP tentou se justificar. Alegou, em nota, que as intermitências foram necessárias por causa de uma "modernização do sistema de abastecimento" na cidade. Disse ainda que as obras eram urgentes para melhorar a infraestrutura e a qualidade do serviço no longo prazo — um mal necessário, segundo eles.
Mas, cá entre nós, será que não dava para fazer isso com um mínimo de organização e aviso prévio? A população entende que obras são necessárias, mas exige respeito e informação clara. A empresa informou que vai analisar o conteúdo da multa para tomar as providências cabíveis. Soou um tanto quanto evasivo, não?
O Que Diz a Lei?
O fundamento legal para a multa é sólido. O Procon se baseou no Código de Defesa do Consumidor, destacando que a SABESP falhou feio em seu dever básico de fornecer um serviço contínuo e de qualidade. A interrupção constante, sem aviso e sem a devida compensação, configura descumprimento de obrigações essenciais. Um verdadeiro tiro no pé para uma empresa que deveria ser exemplo de serviço essencial.
E agora, José? A bola está com a SABESP. Além de pagar a multa (ou tentar recorrer), a empresa precisa, urgentemente, consertar sua relação com a população de Agudos. Restabelecer a confiança vai ser um caminho longo, e que depende de ações concretas — e não apenas de promessas.
Enquanto isso, os moradores seguem na torcida para que a tal "modernização" realmente chegue ao fim e a normalidade — tão desejada — volte a reinar. Torcida e cobrança, porque de água mesmo, todo mundo já está cansado de ficar sem.