Comerciante preso após apreensão de 30 kg de carne imprópria em açougue de SP
Carne imprópria leva à prisão de comerciante em Pirapozinho

A Polícia Civil de Pirapozinho, no interior de São Paulo, prendeu em flagrante um comerciante e apreendeu mais de 30 quilos de carne totalmente imprópria para o consumo. A ação, batizada de "Operação Carne Segura", ocorreu na última segunda-feira, dia 1º, e revelou uma série de irregularidades graves em um açougue localizado no distrito de Itororó do Paranapanema.

Condições insalubres e risco à saúde pública

De acordo com o delegado Rafael Galvão, responsável pela investigação, a fiscalização avaliou múltiplos aspectos do estabelecimento. A inspeção focou nas condições estruturais e ambientais, nos procedimentos de manipulação e armazenamento dos produtos, além da documentação sanitária obrigatória.

O que foi encontrado configurou um risco iminente à saúde dos consumidores. As equipes identificaram acúmulo de sujeira, resíduos orgânicos e partículas de alimentos sob bancadas e equipamentos, evidenciando a falta de uma rotina adequada de limpeza. Essa falha favorece a proliferação de bactérias e a contaminação cruzada.

Falta de controle e alimentos deteriorados

Outro ponto crítico foi a ausência total de barreiras contra pragas. O local não possuía telas, portas com fechamento automático ou qualquer vedação que impedisse a entrada de insetos e roedores. O estabelecimento também não apresentou um certificado válido de dedetização, contrariando a exigência de controle preventivo a cada seis meses.

No setor de armazenamento, a situação era igualmente alarmante. Carnes eram mantidas sem qualquer identificação, data de fracionamento ou prazo de validade, violando as regras básicas de rastreabilidade e controle de qualidade. Em uma geladeira que estava quebrada há dias, os fiscais encontraram carnes com odor alterado e em avançado estado de oxidação, por falta de refrigeração adequada.

Prisão e providências determinadas

Diante das evidências, o comerciante foi preso em flagrante e autuado por infrações contra as relações de consumo, um crime com pena prevista de dois a cinco anos e considerado inafiançável. Seu celular também foi apreendido para investigações.

A Polícia Civil, com apoio da Vigilância Sanitária e da Fiscalização de Posturas, determinou uma série de medidas para regularizar o açougue. Entre as exigências estão:

  • Reparo ou substituição imediata dos equipamentos de refrigeração.
  • Implantação de rotinas rigorosas de higienização, armazenamento e manipulação.
  • Contratação de empresa especializada para dedetização e apresentação do certificado.
  • Adequação da estrutura física para vedar a entrada de pragas.
  • Garantia de identificação e rastreabilidade de todos os alimentos.
  • Realização de treinamento obrigatório para todos os funcionários que manipulam alimentos.
  • Regularização do Alvará de Funcionamento, Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros e da Licença Sanitária.

O delegado Rafael Galvão ressaltou que a operação também investiga crimes patrimoniais e risco sanitário relacionados a furto e possível receptação de gado para abastecer açougues da região. A Polícia Civil informou que novas fases da "Operação Carne Segura" serão realizadas para combater o comércio irregular de carne na região.