Juiz decreta prisão de Daniel Vorcaro e executivos do Master
Prisão de Daniel Vorcaro e executivos do Master

O juiz federal Ricardo Leite determinou a prisão do banqueiro Daniel Vorcaro e de outros executivos do Banco Master na última segunda-feira, 19 de novembro de 2025. A decisão judicial destacou o poder econômico dos investigados e sua capacidade de transferir recursos financeiros rapidamente como fatores cruciais para a medida cautelar.

Fundamentação da decisão judicial

Segundo o magistrado, a sofisticação dos crimes investigados e comprovados pela Polícia Federal exigiu uma ação mais dura da Justiça contra o banqueiro. O juiz considerou insuficientes medidas menos drásticas como bloqueio de ativos e uso de tornozeleira eletrônica.

Na decisão, Ricardo Leite ressaltou que a liberdade de ação dos imputados não favorece o congelamento do patrimônio e muito menos a descoberta das operações ilícitas destinadas à ocultação de bens e valores. O documento judicial aponta que as condutas delituosas foram praticadas de forma ousada, com grande impacto financeiro.

Tentativa de ocultar crimes

O magistrado destacou especialmente a tentativa dos investigados de encobrir seus ilícitos, criando uma falsa narrativa ao Banco Central. Segundo a decisão, seria ingenuidade acreditar que, em liberdade, eles não agiriam da mesma forma para ocultar ou dissimular crimes anteriores.

A prisão de Vorcaro e dos outros executivos do Master teve como objetivo inibir fatores externos que os imputados poderiam encontrar para estimular a prática de crimes. O juiz fundamentou que, diante da realidade concreta da ação dos investigados e de sua atuação no mercado financeiro - o que lhes permite ter à disposição inúmeras estratégias para dificultar o rastreamento de bens e valores -, tornou-se imperiosa a decretação da segregação cautelar de todos os controladores do Banco Master e de seus parceiros.

Obstinação em cometer delitos

Um dos pontos mais destacados na decisão foi a obstinação de Vorcaro e de seus parceiros em executar delitos. O magistrado citou trechos da apuração do Ministério Público Federal que comprovam essa característica dos investigados.

Segundo o juiz, os imputados possuem amplo poder econômico, acesso a sofisticadas estruturas jurídicas e financeiras, e capacidade de interferência em operações e documentos. Essa capacidade se manteve mesmo após o início da fase ostensiva da investigação, permitindo-lhes prosseguir, direta ou indiretamente, com práticas fraudulentas, dissipar ou ocultar ativos e influenciar pessoas e entidades sob seu controle.

A decisão judicial representa um marco importante na investigação sobre as atividades do Banco Master e demonstra a rigorosa aplicação da lei em casos envolvendo crimes financeiros de grande complexidade.