Um escândalo de desvio de doações através de PIX abalou a TV Record, envolvendo um repórter do programa Balanço Geral e outros funcionários. Segundo investigações, cerca de 75% do valor arrecadado para ajudar famílias em situação de vulnerabilidade foi desviado pelos próprios organizadores da campanha.
Esquema descoberto após investigação interna
A emissora identificou a participação do repórter Marcelo Castro, do editor Jamerson Birindiba e do operador Lucas Costas Santos, além de nove laranjas no esquema que durou um ano e cinco meses. A investigação interna da Record revelou que o trio teria desviado recursos destinados a 12 famílias carentes.
O montante total arrecadado nas campanhas de doação ultrapassou R$ 543 mil, sendo que aproximadamente R$ 407 mil (75% do valor) foram desviados pelos envolvidos. De acordo com as apurações, Marcelo Castro e Jamerson teriam ficado com a maior parte dos valores desviados.
Julgamento adiado novamente
As primeiras denúncias contra Marcelo Castro surgiram há dois anos, quando o repórter foi acusado de aplicar golpes em pessoas em situação de vulnerabilidade. O caso voltou a ser adiado recentemente e foi remarcado para maio de 2025.
A investigação apontou que o esquema funcionou por 17 meses consecutivos, utilizando contas de laranjas para receber e desviar as doações que deveriam ser integralmente repassadas às famílias necessitadas.
Record se pronuncia sobre o caso
Procurada para comentar o andamento do processo judicial, a Record TV manteve a política de não se manifestar sobre casos em tramitação na Justiça. A emissora limitou-se a confirmar que realizou investigação interna sobre o assunto.
O caso expõe a vulnerabilidade de sistemas de doação mesmo quando organizados por grandes emissoras de televisão, levantando questões sobre os mecanismos de controle e fiscalização de campanhas beneficentes.