Um novo júri popular será realizado nesta quinta-feira (27) no Fórum de Brás Cubas, em Mogi das Cruzes, para julgar o ex-policial militar Fernando Cardoso Prado de Oliveira e o PM Vanderlei Messias de Barros. Os dois são acusados pelos assassinatos de Rafael Augusto Vieira Muniz e Bruno Fiusa Gorrera, ocorridos em 24 de setembro de 2014, no Jardim Camila.
Histórico de adiamentos e recursos
O julgamento estava inicialmente marcado para o dia 18 de fevereiro, mas foi cancelado devido à falta de uma testemunha. Esta não é a primeira vez que os acusados enfrentam o tribunal do júri por estes crimes.
Em fevereiro de 2019, ambos já haviam sido submetidos a júri popular e foram absolvidos pelo crime. No entanto, após recurso da acusação, o julgamento realizado naquele ano foi cancelado e precisará ser refeito completamente.
Expectativa da família por justiça
Sara Vieira, irmã de Rafael Augusto, uma das vítimas, compareceu ao fórum desde cedo acompanhando o caso. Em declaração emocionada, ela expressou seu desejo por justiça: "A expectativa é que a Justiça seja feita. Que tudo pode falhar na mão dos homens, mas nas mãos de Deus não. Demora, mas a Justiça é feita".
Trajetória criminal dos acusados
O júri realizado em fevereiro representava o segundo julgamento pelo qual Cardoso passou. O ex-policial militar também havia sido absolvido em outubro de 2018, quando era acusado pela morte do jovem Matheus Aparecido da Silva e pela tentativa de homicídio de Rodrigo Matos de Camargo de Souza Lima durante as chacinas de 2013 e 2015 em Mogi das Cruzes.
Na série de ataques a tiros que marcaram a cidade entre 2013 e 2015, 26 jovens foram mortos. Ainda em 2019, em agosto, Cardoso e Messias voltaram a júri e, naquela oportunidade, ambos foram condenados.
A pena aplicada a Cardoso foi de 132 anos e cinco meses de prisão por seis homicídios dolosos (quando há intenção de matar), três tentativas de homicídio e associação criminosa. Em fevereiro de 2018, o Diário Oficial do Estado de São Paulo publicou a demissão de Cardoso da PM, "pelo bem do serviço público".
Já Vanderlei Messias foi condenado a 85 anos e nove meses de reclusão por três homicídios e duas tentativas de homicídio. O caso continua sendo acompanhado de perto pela população mogiana e por defensores dos direitos humanos.