O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu que o manobrista Sérgio Salomão Fernandes será submetido a júri popular pela morte violenta de seu vizinho Júlio César da Silva. O crime aconteceu em plena luz do dia no Centro de Ribeirão Preto, no final de junho do ano passado.
Detalhes do crime que chocou a cidade
O episódio fatal ocorreu na manhã do dia 25 de junho de 2024, no cruzamento das ruas Barão do Amazonas e Mariana Junqueira. Testemunhas relataram que os dois homens caminhavam juntos quando iniciaram uma discussão acalorada.
De acordo com depoimentos, Sérgio Salomão desferiu um soco no rosto de Júlio César, fazendo com que a vítima caísse no chão e batesse a cabeça com força na calçada. Enquanto Júlio estava caído e indefeso, o agressor pisoteou seu tórax várias vezes.
A vítima foi socorrida e levada à Santa Casa de Ribeirão Preto, mas não resistiu aos ferimentos, vindo a falecer no dia 26 de junho.
Histórico de conflitos e comportamento violento
As investigações revelaram que os dois homens tinham um longo histórico de desentendimentos. Sérgio Salomão já era conhecido no condomínio Jardim das Pedras, no Jardim Paulista, zona Leste da cidade, por seu comportamento agressivo e perturbador.
Imagens de câmeras de segurança obtidas pela EPTV mostraram o manobrista armado com faca e marreta, intimidando outros moradores nas áreas comuns do residencial. Em um dos vídeos, ele aparece marretando paredes de seu próprio apartamento.
Moradores relataram que Salomão fazia ameaças constantes, incluindo promessas de derrubar estruturas e explodir o imóvel com botijão de gás. O barulho excessivo durante as madrugadas também era uma queixa frequente dos vizinhos.
Processo judicial e decisões da Justiça
Sérgio Salomão responde por homicídio doloso triplamente qualificado, com alegações do Ministério Público de que agiu com intenção de matar, por motivo fútil, meio cruel e usando recurso que dificultou a defesa da vítima.
O acusado chegou a alegar legítima defesa, mas a justificativa não foi comprovada nas investigações. Em outubro de 2024, ele passou por avaliação psiquiátrica determinada pela Justiça, com laudo atestando que é imputável e compreendia plenamente seus atos quando cometeu o crime.
Atualmente, Salomão está preso preventivamente e foi expulso do condomínio onde morava apenas três dias após o homicídio, por determinação judicial. A defesa do réu informou que não vai se manifestar sobre o caso.
O condomínio Jardim das Pedras, onde vivem aproximadamente 6,5 mil pessoas, ficou profundamente marcado pelo crime violento que expos a escalada de conflitos entre vizinhos.