Advogado de BH saca R$ 1,4 milhão de inventário e perde tudo na bolsa
Um advogado de Belo Horizonte está no centro de um escândalo financeiro que envolve mais de R$ 1,4 milhão sacados indevidamente de uma conta judicial vinculada a um processo de inventário. O profissional, que havia sido nomeado inventariante para cuidar da partilha dos bens de uma mulher falecida, transferiu todo o valor para sua conta pessoal e perdeu o dinheiro em operações de day trade na bolsa de valores.
Descoberta do crime e consequências
A situação veio à tona no início de 2024, quando sócios do escritório onde o advogado trabalhava estranharam sua ausência após o recesso de fim de ano do Judiciário. Ao entrarem em contato com ele, o profissional admitiu ter transferido o dinheiro para sua conta pessoal, investido em day trade e perdido todo o valor.
O escritório de advocacia, que na época administrava mais de 1.500 processos simultaneamente, ainda não havia percebido o desaparecimento do dinheiro. Imediatamente, a empresa arcou com o prejuízo, depositando novamente o valor para os herdeiros, e denunciou o caso à Ordem dos Advogados do Brasil e ao Ministério Público.
Andamento processual e possíveis penas
O caso, que se arrasta desde 2023, hoje é alvo de ação penal por apropriação indébita qualificada e lavagem de dinheiro. Em julho de 2025, a denúncia foi aceita pela Justiça mineira, e o advogado se tornou réu no processo.
Como o acusado não foi encontrado para citação, a prisão preventiva foi decretada em outubro. Dias depois, no início de novembro, ele compareceu aos autos por meio de advogado e a prisão foi revogada.
Atualmente, o processo segue para apresentação de defesa e julgamento. Caso seja condenado, o advogado pode enfrentar pena de até cinco anos e quatro meses de prisão, além de multa e obrigação de reparar o dano causado.
O g1 procurou a Ordem dos Advogados do Brasil para se manifestar sobre o caso, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.
