Jhonatan é absolvido por falta de provas no caso Khaylane em Santos
Acusado de matar adolescente em Santos é absolvido

Adolescente morta ao ser confundida com policial em Santos

O Tribunal do Júri de Santos absolveu Jhonatan Bueno Martins de Camargo pela morte da adolescente Khaylane da Silva Nascimento, de 15 anos. O crime ocorreu em janeiro de 2020, quando a jovem foi atingida por um tiro na cabeça no bairro Bom Retiro, após supostamente ser confundida com uma policial.

Detalhes do crime que chocou Santos

Segundo testemunhas do caso, Khaylane ativou o flash da câmera do celular para tirar uma foto com amigos em uma área considerada perigosa. Esta ação pode ter levado criminosos a acreditarem que se tratava de uma abordagem policial. O episódio aconteceu por volta das 21h30 do dia 31 de janeiro de 2020, no Caminho São José.

De acordo com relatos de parentes, a adolescente estava em um beco próximo à sua casa, conversando com amigos, quando um homem passou correndo e efetuou vários disparos. Um dos tiros atingiu Khaylane na testa. Os amigos pediram ajuda a um vizinho, que levou a jovem e sua mãe até a UPA da Zona Noroeste.

Khaylane foi transferida inconsciente para a Santa Casa de Santos, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Durante as investigações, testemunhas relataram ter visto cinco homens fugindo do local, dois deles armados.

Longo processo até a absolvição

A Polícia Civil chegou até Jhonatan por meio de uma testemunha que o reconheceu após ouvir conversas entre integrantes de um grupo criminoso. Ele foi localizado e preso preventivamente apenas em abril de 2024, quatro anos após o crime.

Em novembro de 2024, o Ministério Público de São Paulo solicitou a pronúncia, ou seja, o encaminhamento para julgamento no Tribunal do Júri. A defesa, por sua vez, pediu a absolvição sumária ou a impronúncia por falta de provas.

O juiz Felipe Junqueira D'Ávila Ribeiro entendeu que havia materialidade e indícios suficientes de autoria e decidiu pela pronúncia em 6 de janeiro de 2025. O julgamento ocorreu na terça-feira, 26 de janeiro de 2025, às 13h, no Fórum de Santos.

Jhonatan respondeu pelo homicídio de Khaylane e pela tentativa de homicídio de outra adolescente, que foi atingida por um tiro de raspão durante o mesmo episódio. Oito testemunhas foram ouvidas durante o julgamento.

Por maioria de votos, o Júri absolveu Jhonatan, determinando sua soltura, já que as provas não o reconheceram como autor dos disparos. A decisão foi baseada na falta de provas concretas que vinculassem o acusado diretamente ao crime.

Uma testemunha havia reconhecido Jhonatan como o autor das falas após os disparos, e uma denúncia anônima também o apontava como responsável pelo homicídio. No entanto, essas evidências não foram consideradas suficientes para condenação pelo Tribunal do Júri.