Condenada a 16 anos por homicídio de mulher transexual em MS
16 anos de prisão por morte de Pamela Myrela em MS

Condenação por crime brutal em Campo Grande

A Justiça de Mato Grosso do Sul condenou Yara Gabriela a 16 anos de reclusão em regime fechado pelo homicídio triplamente qualificado de Pamela Myrela, mulher transexual de 31 anos. O crime ocorreu em janeiro de 2025, quando a vítima teve 90% do corpo queimado após ter sua casa incendiada intencionalmente.

Detalhes do julgamento e decisão judicial

O Tribunal do Júri de Campo Grande proferiu a sentença na quarta-feira (26), reconhecendo que o homicídio foi qualificado por motivo torpe, uso de fogo e recurso que dificultou a defesa da vítima. Além da pena privativa de liberdade, a ré foi condenada a pagar indenização de R$ 10 mil aos familiares de Pamela.

Durante o julgamento, Bárbara Roosen Gonzalez, que também estava no local no dia do crime, foi absolvida pelos jurados. O caso chamou atenção pela brutalidade e pelas circunstâncias que levaram à morte da vítima.

Como ocorreu o crime

De acordo com as investigações, o desentendimento começou em uma boate de Campo Grande durante a madrugada do dia 19 de janeiro de 2025. As três mulheres trabalhavam como garotas de programa e chegaram a entrar em vias de fato dentro do estabelecimento. A confusão teria sido motivada por disputas relacionadas à atividade sexual.

Expulsas do local após a briga, Yara Gabriela e uma amiga foram até um posto de combustíveis, onde compraram um galão de gasolina. Em seguida, chamaram um carro de aplicativo e seguiram até a residência da vítima, no bairro Vila Carvalho.

Conforme o Ministério Público, a condenada despejou gasolina sobre Pamela e também dentro da casa, ateando fogo logo depois. A vítima ficou confinada no imóvel, exposta às chamas e à fumaça.

Consequências e desfecho trágico

Pamela Myrela foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros em estado grave e encaminhada para a Santa Casa de Campo Grande. A vítima morreu na madrugada de 21 de janeiro, dois dias após o ataque. A Santa Casa confirmou que ela não resistiu às queimaduras de alta gravidade que atingiram a maior parte de seu corpo.

Logo após o crime, familiares e amigos informaram à Polícia Civil o possível paradeiro das envolvidas. Uma equipe da DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) localizou as duas em uma pensão no bairro Amambaí, onde foram presas.

O caso representa mais um episódio de violência contra a população transgênero no Brasil e reforça a importância do combate à intolerância e discriminação.