COP30 em Belém: Refugiados Terão Voz Ativa nas Discussões Climáticas Globais
COP30: Refugiados terão voz em Belém

Imagine ter que fugir da sua casa por causa de enchentes, secas extremas ou outros desastres ambientais. Pois é, essa realidade atinge milhões de pessoas mundo afora — e agora, finalmente, elas vão poder contar suas histórias no palco global.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) está montando uma operação especial para a COP30, que acontece em Belém no final de 2025. A ideia? Levar as vozes daqueles que sofrem na pele os efeitos das mudanças climáticas diretamente para as mesas de negociação.

Não é só sobre o clima — é sobre gente

O que me impressiona nessa iniciativa é que ela tira o debate do campo teórico e traz para a realidade concreta. Enquanto muitos falam em números e metas, refugiados climáticos vivem o problema 24 horas por dia.

Segundo a agência, a estratégia envolve desde a preparação dessas pessoas para falarem em fóruns internacionais até a criação de espaços específicos onde suas experiências possam ser ouvidas pelos tomadores de decisão. Não é pouca coisa.

Belém no centro do mundo

A escolha de Belém como sede não poderia ser mais simbólica. A cidade está no coração da Amazônia — região que é tanto vítima quanto parte da solução para a crise climática. E agora, vai receber quem conhece o tema por experiência própria.

Pensa só: comunidades inteiras deslocadas por eventos climáticos extremos compartilhando suas histórias a poucos quilômetros da floresta que tanto precisa de proteção. Se isso não é poderoso, não sei o que é.

O ACNUR já identificou que desastres naturais — muitos deles intensificados pelas mudanças climáticas — deslocaram mais pessoas do que conflitos em alguns anos recentes. Um dado assustador, não?

Mais do que estatísticas — rostos e vozes

O que realmente diferencia essa abordagem é a humanização do problema. Em vez de tratar refugiados climáticos como números em relatórios, a iniciativa quer mostrar que são pessoas com nomes, histórias e soluções para contribuir.

Aliás, essa parte é fundamental: muitos desses refugiados desenvolvem adaptações incríveis para sobreviver em novas realidades. Conhecimentos que poderiam — quem sabe? — inspirar políticas públicas mais eficazes.

A preparação já começou, com a agência mapeando comunidades particularmente afetadas e identificando lideranças que possam representar diferentes regiões e realidades. Um trabalho minucioso, diga-se de passagem.

Um legado que vai além do evento

O interessante é que os benefícios não se limitam à conferência em si. O processo de capacitação e empoderamento dessas comunidades deve deixar um legado duradouro. E Belém, é claro, nunca mais será a mesma depois de receber tantas histórias de resiliência humana.

Resta torcer para que os ouvidos dos poderosos estejem realmente abertos. Porque de nada adianta ter as vozes no evento se as mensagens não forem absorvidas por quem pode fazer a diferença.

No fim das contas, trata-se de reconhecer o óbvio: quem sente na pele os efeitos das mudanças climáticas tem muito a ensinar sobre como enfrentá-las. Só faltava alguém dar-lhes o microfone.