Belo Horizonte sedia ato nacional contra feminicídio neste domingo (7)
Ato nacional contra feminicídio reúne manifestantes em BH

As ruas do centro de Belo Horizonte foram tomadas por um protesto urgente e necessário neste domingo, dia 7. Centenas de pessoas, em sua maioria mulheres, se reuniram para participar de um ato nacional contra o feminicídio e a violação dos direitos das mulheres no Brasil.

O percurso da manifestação e os cartazes de protesto

A concentração começou por volta das 11 horas da manhã na Praça Raul Soares. De lá, os manifestantes seguiram em caminhada pela região central da capital mineira, com destino final na Praça da Estação, passando pela tradicional Praça Sete.

Durante todo o trajeto, era possível ver cartazes com mensagens fortes e diretas. Frases como "basta de feminicídio", "não me mate" e "pare de matar as mulheres" ecoavam o sentimento de revolta e luto que motivou a mobilização.

O contexto nacional que motivou o ato "Mulheres Vivas"

O protesto em Belo Horizonte fez parte da mobilização nacional intitulada "Mulheres Vivas", que ocorreu simultaneamente em várias cidades do país. A convocatória foi uma resposta direta a uma série de casos brutais de feminicídio que chocaram o Brasil nas últimas semanas.

Organizado por movimentos sociais e coletivos feministas, o propósito do ato foi claro: exigir justiça e combater a impunidade que frequentemente cerca os crimes de violência contra a mulher.

Casos recentes que abalaram o país

A onda de violência que motivou os protestos inclui episódios de extrema crueldade. Na sexta-feira, dia 5, foi encontrado em Brasília o corpo carbonizado da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos. O soldado Kelvin Barros da Silva confessou o crime.

No final de novembro, outro caso ganhou destaque: Tainara Souza Santos teve as pernas mutiladas após ser atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro, ainda presa sob o veículo. O motorista, Douglas Alves da Silva, foi preso por tentativa de feminicídio.

Na mesma semana, a violência atingiu um ambiente de ensino. Duas funcionárias do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) do Rio de Janeiro foram mortas a tiros por um funcionário da instituição, que em seguida cometeu suicídio.

Esses casos, entre outros, criaram um clima de comoção e revolta, impulsionando a sociedade civil a sair às ruas. O ato em Belo Horizonte simboliza um grito coletivo por políticas públicas mais eficazes, por uma aplicação rigorosa da lei e por uma mudança cultural profunda. A mensagem das manifestantes é unânime: a vida das mulheres precisa ser valorizada e protegida, e a era da impunidade para esses crimes precisa chegar ao fim.