
Numa época em que até bebês já nascem com o dedinho pronto para deslizar em telas, a discussão sobre segurança digital infantil virou caso de urgência nacional. E o UNICEF não tá de brincadeira: soltou um alerta geral essa semana cobrando celeridade na aprovação do PL 2628/22, que promete virar o guarda-chuva legal das crianças no mundo digital.
— A gente tá falando de um cenário assustador — confessa Mônica Dias, especialista em proteção infantil do UNICEF Brasil, enquanto enumera os perigos: "De exposição de dados até aliciamento por criminosos, passando por conteúdos impróprios que aparecem quando menos se espera".
Os números que ninguém quer ver
Pra quem acha exagero, os dados dão um calafrio:
- 76% das crianças e adolescentes brasileiros já sofreram violência online
- 1 em cada 3 já vazou dados pessoais sem querer
- Os casos de sextorsão infantil triplicaram só em 2023
E o pior? A legislação atual parece um carro dos anos 80 tentando acompanhar uma Fórmula 1 digital. (Sim, a comparação é dramática, mas necessária).
O que muda com o novo projeto?
O PL promete colocar ordem na bagunça com medidas como:
- Idade mínima para redes sociais (14 anos com supervisão, 16 livres)
- Obrigatoriedade de ferramentas de proteção em todas as plataformas
- Criação de um selo de conformidade para apps e sites infantis
- Punições pesadas para empresas que falharem na proteção
— Não dá mais pra fingir que a internet é terra sem lei — dispara o deputado Felipe Rigoni, relator do projeto. "Ou a gente regula agora, ou vamos colher uma geração traumatizada digitalmente".
Enquanto isso, nas redes sociais, a polêmica esquenta. De um lado, pais desesperados por controle. Do outro, adolescentes que juram de pés juntos que "tiozão não entende nada de internet". E no meio? Uma corrida contra o relógio pra aprovar a lei antes que mais crianças caiam nas armadilhas digitais.
Uma coisa é certa: o debate tá longe de ser simples. Mas como dizem por aí, "quem tem pressa come cru" — e quando o assunto é proteção infantil, cru já tá mais que passado do ponto.