Proteção Digital para Crianças: Câmara Acelera Projeto Contra Conteúdo Adulto nas Redes
Câmara acelera projeto contra adultização em plataformas

Parece que Brasília finalmente resolveu encarar de frente um problema que todo mundo já cansou de ver na timeline. Nesta segunda-feira (19), a Câmara dos Deputados deu um passo firme – e rápido – para tentar blindar as crianças e adolescentes do conteúdo adulto que prolifera feito erva daninha nas plataformas digitais.

A manobra foi aprovar o regime de urgência para o projeto de lei 2628/22. Traduzindo para o português de todo dia: isso significa que a proposta pode ir direto para o plenário, cortando a fila de tramitação e evitando a passagem demorada pelas comissões. Uma jogada política para acelerar as coisas, algo que, convenhamos, é mais raro que diamante.

E do que se trata essa tal proposta? A ideia central é simples, mas audaciosa. Ela quer obrigar as grandes plataformas – estamos falando de redes sociais, aplicativos de mensagem, serviços de streaming, o pacote completo – a criarem ambientes exclusivamente segregados para os usuários menores de 18 anos. Imagine um jardim murado dentro do vasto – e às vezes perigoso – parque da internet.

Nesses espaços, nada de conteúdo impróprio. A lei quer botar um ponto final naquela adultização precoce, que é quando a criançada é exposta a temas pesados, complexos, que não são nada adequados para a idade delas. É sobre criar uma bolha de proteção, uma zona livre de ameaças digitais.

Mas calma, não é só jogar a responsabilidade toda nas costas do Zuckenberg e companhia. O projeto esboça um desenho de corresponsabilidade. Sim, as plataformas terão que suar a camisa desenvolvendo e implementando essas ferramentas de proteção. No entanto, a família – os pais ou responsáveis – e o próprio Poder Público também entram na dança. É um trio que precisa funcionar em sintonia, senão a música desafina.

O relator, deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), foi enfático ao defender a medida. Na visão dele, a urgência é mais do que justificada. “A gente não pode mais ficar de braços cruzados vendo a infância ser corroída na frente da tela do celular”, argumentou, com um tom de que já perdeu a paciência. A prioridade absoluta para crianças e adolescentes, prevista na Constituição, precisa, urgentemente, sair do papel e entrar no código-fonte das big techs.

Agora, o próximo capítulo desse suspense político-digital se escreve no Senado. A bola está com os senadores, que precisarão analisar a admissibilidade da urgência. Se derem o aval, o projeto segue em frente a todo vapor. Se barrarem… bem, aí volta para a estaca zero na Câmara. Um jogo de poder que vai definir o futuro da navegação dos mais jovens.

É um daqueles momentos em que a tecnologia avança mais rápido que a legislação, e o Congresso tenta, aos trancos e barrancos, correr atrás do prejuízo. Só o tempo dirá se essa corrida vai ter um final feliz para a garotada.