Suspeito de assassinato em boate de MG se entrega à polícia após caçada humana
Suspeito de assassinato em boate de MG se entrega

Era uma madrugada de sábado comum em Patos de Minas — até que deixou de ser. O que começou como mais uma noite de agito na boate Anexo Show Bar terminou em tragédia: um segurança de 37 anos, morto a tiros na cabeça, em um crime que ecoou pelas ruas silenciosas da cidade.

E agora, o desfecho que ninguém esperava tão cedo: o principal suspeito, um homem de 23 anos cujo nome a polícia ainda mantém sob sigilo, resolveu não esperar pela caçada. Apresentou-se espontaneamente na delegacia nesta segunda-feira (19), deixando para trás dias de intensa busca pelas forças policiais.

O que se sabe sobre a noite do crime

Segundo testemunhas — e aí a história ganha contornos de pesadelo —, tudo começou com uma discussão aparentemente banal. Briga de bebê? Desentendimento besta? Nada que justificasse o que veio depois. O suspeito, dizem, foi até seu carro, pegou uma arma e voltou determinado.

O segurança, Edimilson Soares da Silva, tentou intervir. Era seu trabalho, afinal. Mas o que deveria ser uma mediação rotineira transformou-se em uma execução sumária. Dois tiros à queima-roupa, ambos na cabeça. O barulho da música alta não foi suficiente para abafar os estampidos — ou o grito de horror que se seguiu.

"A cena era de puro caos", relatou um frequentador que preferiu não se identificar. "Um misto de gente correndo, chorando, sem saber pra onde ir. A gente nunca acha que vai viver uma coisa dessas."

Os dias de tensão e a entrega inesperada

A Polícia Militar trabalhou com a hipótese de que o assassino poderia ter fugido para Goiás — pista que, diga-se, não levou a lugar nenhum. A pressão aumentava, a revolta da população também.

E então, quase 48 horas depois do horror, a reviravolta: o jovem suspeito, de repente, aparece na Delegacia de Patos de Minas acompanhado de um advogado. Sem resistência, sem drama. Apenas a quietude pesada de quem parece saber que o jogo acabou.

Mas por que se entregar? Especula-se que a fuga tenha se mostrado insustentável — ou que o peso da consciência, enfim, falou mais alto. A verdade, só ele sabe.

E agora, José?

O preso está à disposição da Justiça. O delegado plantonista, Thiago Alves Ferreira, confirmou a autoria do homicídio — e acredita que o crime foi premeditado, calculado. A arma do crime? Continua desaparecida, um detalhe crucial que a polícia agora corre para encontrar.

Enquanto isso, Patos de Minas tenta digerir mais um episódio de violência extrema. Resta a pergunta que não quer calar: até quando cenas como essa vão deixar de ser exceção para se tornarem rotina nas nossas noites?