A notícia chegou como um alívio misturado com angústia. Na madrugada desta segunda-feira, a polícia do Piauí encerrou a caçada por um dos homens mais perigosos do estado - um sujeito que carregava nas costas a suspeita de ter cometido mais de vinte assassinatos. Mas o alívio da captura veio acompanhado de uma revelação que deixa qualquer um de cabelo em pé.
Pelo menos quatro pessoas que foram mortas por esse indivíduo - e olha que eu duvido que fosse só quatro - não tinham absolutamente nada a ver com o mundo do crime. Cidadãos comuns, que estavam no lugar errado na hora errada, ou talvez nem isso. A vida deles foi interrompida por alguém que agia com uma frieza que chega a ser assustadora.
O desfecho dramático na BR-316
A cena foi digna de filme, mas com a crueza da realidade. Por volta das 3h da madrugada, na BR-316, próximo ao município de Demerval Lobão, os policiais finalmente conseguiram encurralar o veículo onde o suspeito estava. A perseguição - intensa, nervosa - terminou com o criminoso baleado e, depois, sem vida no hospital.
O que me deixa pensando: quantas vidas poderiam ter sido poupadas se essa captura tivesse acontecido antes? Vinte homicídios é um número que assusta, mas quando você descobre que entre as vítimas havia pessoas que simplesmente estavam vivendo suas vidas, a coisa fica ainda mais pesada.
O rastro de destruição
Os investigadores já conseguiram comprovar a autoria dele em sete casos. Sete vidas interrompidas por suas mãos. Mas o que realmente corta o coração é saber que entre essas sete, quatro eram pessoas como eu e você - trabalhadores, pais de família, gente que não devia nada à justiça.
Não eram "casos de polícia", eram vidas que valiam tanto quanto a de qualquer um de nós. E isso, convenhamos, dá um nó no estômago.
O que isso revela sobre a violência
O delegado Fábio Lopes, que está à frente das investigações, foi direto ao ponto: "A gente está diante de um criminoso que agia com extrema violência, sem qualquer critério aparente". Sem critério - essa é a parte que mais assusta.
Quando a violência perde até mesmo a "lógica" distorcida do mundo do crime, quando qualquer um pode se tornar vítima, a sensação de insegurança toma conta de todos nós. É como se não houvesse mais porto seguro.
O trabalho da polícia continua, é claro. Resta agora descobrir quantos outros crimes esse homem cometeu - e quantas outras famílias ainda vão descobrir que perderam seus entes queridos para alguém que matava quase como quem respira.
Enquanto isso, nas cidades piauienses por onde ele passou, o alívio pela captura se mistura com o luto pelas vidas inocentes perdidas. Uma tragédia dentro da tragédia, como tantas outras que acontecem pelo Brasil afora.
