Um crime violento chocou a cidade de Itaúna, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, na última quarta-feira (3). O empresário Migiber Filipe Fernandes, de 33 anos, proprietário de um clube de tiro e de uma loja de armas, foi encontrado morto em circunstâncias misteriosas, horas após um grande furto em seu estabelecimento comercial.
Corpo encontrado e furto simultâneo
Por volta das 6h da manhã de quarta-feira, a Polícia Militar foi acionada para atender uma ocorrência na zona rural de Itaúna, próximo à rodovia MG-050. No local, os militares encontraram o corpo sem vida de Migiber Filipe caído ao lado de sua caminhonete. Uma arma de fogo estava em uma de suas mãos. Além do veículo e da pistola, foram apreendidos R$ 1.599 em dinheiro.
Enquanto as equipes policiais e periciais trabalhavam no local do crime, uma informação crucial surgiu pelas redes de rádio da PM: um furto de grandes proporções havia sido registrado na madrugada na Avenida Jove Soares, em Itaúna. O estabelecimento alvo era justamente a loja de armas pertencente à vítima.
Operação policial prende suspeitos e recupera arsenal
A investigação sobre o furto avançou rapidamente. A PM identificou que um carro modelo Onix foi utilizado no crime. Em uma ação de busca, três homens, com idades de 29, 30 e 34 anos, foram localizados e presos na cidade de Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Uma operação conjunta, envolvendo agências de inteligência, a ROTAM (Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas), o Tático Móvel do 48º BPM e militares da 9ª Companhia, conseguiu recuperar parte do arsenal furtado. Foram apreendidas 56 armas em dois momentos distintos, incluindo pistolas, revólveres, carabinas e espingardas, algumas de calibre restrito.
Além do armamento, a polícia também confiscou uma grande quantidade de munições, carregadores, mais de R$ 53 mil em dinheiro, cinco celulares e dois veículos.
Possível motivação: uma dívida de R$ 200 mil
As investigações da Polícia Civil agora buscam conectar os dois crimes – o homicídio e o furto. De acordo com depoimentos colhidos, um dos detidos afirmou que o grupo furtou as armas para quitar uma dívida de R$ 200 mil que teria com o empresário.
O tenente Renan Ottoni, da ROTAM, detalhou a versão: "Um dos envolvidos afirma que a vítima teria uma dívida de aproximadamente R$ 200 mil com ele. E para quitar essa dívida, eles iriam simular um furto do local e utilizariam o dinheiro da venda das armas de fogo para quitação da dívida".
O delegado João Marcos do Amaral, que investiga o caso, confirmou que existe a possibilidade de relação entre os dois eventos, mas pede cautela: "Verificamos que não houve arrombamento, mas houve invasão... As apurações estão em andamento". Os três presos negam qualquer envolvimento na morte de Migiber Filipe.
A perícia identificou uma pequena marca na cabeça do empresário, compatível com uma pancada. O corpo de Migiber Filipe Fernandes foi sepultado na quinta-feira (4), no Cemitério Municipal de Itaúna. Ele era casado e havia fundado seu clube de tiro em 2022, consolidando seu negócio no ramo de armas.