Vereador é denunciado por desviar R$ 78 mil de associação que ajuda pacientes com câncer — perde cargo e pode pagar multa
Vereador desvia R$ 78 mil de associação de pacientes com câncer

O que era para ser uma mão na roda para quem enfrenta o pesadelo do câncer virou um escândalo de cair o queixo. Um vereador — que deveria zelar pelo bem público — está no centro de uma tempestade por desviar dinheiro de uma associação que cuida de pacientes oncológicos. A quantia? Nada menos que R$ 78 mil. O caso, que veio à tona nesta quarta (14), já rendeu a perda do cargo, devolução dos valores e uma multa que vai doer no bolso.

Dinheiro que salvava vidas acabou no bolso errado

Detalhes da investigação mostram que o político — cujo nome ainda não foi divulgado — usou de artifícios dignos de filme de máfia para desviar recursos. Faturas superfaturadas, notas fiscais "criativas" e até supostos serviços fantasmas aparecem no relatório do Ministério Público. Enquanto isso, pacientes dependiam de medicamentos que, muitas vezes, simplesmente não chegavam.

"É de cortar o coração", desabafa uma voluntária da associação que prefere não se identificar. "A gente via criança passando necessidade, e o sujeito lá, vivendo às custas desse sofrimento."

As consequências já começaram

  • Cadeira vazia: O político perdeu o mandato após decisão judicial — e dificilmente conseguirá se eleger novamente
  • Devolução com juros: Além de repor integralmente o valor desviado, terá que pagar multa calculada em dobro
  • Processo criminal: A denúncia por improbidade administrativa pode render até 5 anos de cadeia se condenado

Curiosamente, o caso só veio à tona porque um contador — incomodado com as "manobras contábeis" — resolveu fazer a denúncia anônima. "Tinha coisa que não fechava nem com reza forte", contou à polícia, sob condição de anonimato.

Reação da população: entre a revolta e o descrédito

Nas redes sociais, a hashtag #VergonhaNoTriângulo viralizou, com moradores compartilhando indignação. "Isso explica por que o posto de saúde aqui nunca tem remédio", escreveu uma usuária. Outros questionam: "Se faz isso com doente de câncer, o que não faria com outras verbas?"

Especialistas em direito eleitoral ouvidos pela reportagem alertam que casos como esse — além do prejuízo imediato — corroem a já frágil confiança na política. "Quando um representante eleito usa seu cargo para lesar justamente os mais vulneráveis, está cavando a própria cova política", analisa o jurista Carlos Mendonça.

Enquanto o processo segue seu curso, a associação tenta se reerguer. Doações emergenciais começaram a chegar após a divulgação do caso. "O bem sempre vence, mesmo que demore", filosofa a presidente da entidade, entre lágrimas. Resta saber se a Justiça — desta vez — será rápida o suficiente.