Secretário de Guarujá pede exoneração após acusação de assédio sexual
Secretário de Guarujá pede exoneração por assédio

O secretário de Comunicação Social de Guarujá, Paulo Henrique Siqueira, pediu para ser exonerado do cargo após uma funcionária da prefeitura acusá-lo de assédio sexual. A portaria com a medida foi assinada pelo prefeito Farid Madi (Podemos) na segunda-feira, 29 de janeiro, e publicada no Diário Oficial da Cidade na terça-feira, dia 30.

O publicitário, que nega veementemente todas as acusações, decidiu deixar o posto para preservar sua imagem e a da administração municipal. A servidora fez uma denúncia formal à Ouvidoria Municipal no dia 19 de dezembro e registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil de Guarujá no dia 22 do mesmo mês.

Os detalhes da denúncia de assédio

A funcionária, que atua na Secretaria de Comunicação desde março em funções administrativas, alegou em sua queixa que, após cerca de um mês trabalhando diretamente com Siqueira, ele passou a adotar condutas reiteradas de cunho sexual. Segundo o boletim de ocorrência, os comportamentos incluíam comentários sobre seu corpo, vestimenta e aparência física.

Ela também relatou que houve insinuações, pedidos inadequados e que o então secretário exigia cumprimentos com beijo, tentando beijá-la no ambiente de trabalho. A servidora afirmou que manifestou seu desconforto e pediu para que as atitudes parassem, mas elas continuaram a ocorrer, inclusive na sala do secretário, diante de outras pessoas e de forma reservada.

O episódio mais grave e o impacto emocional

O incidente considerado mais sério teria acontecido no dia 15 de dezembro. Ao final do expediente, Siqueira teria insistido para que a servidora girasse o corpo para que ele observasse suas roupas, fazendo comentários de natureza sexual. Devido a essa e outras situações, a funcionária declarou que passou a se sentir emocionalmente afetada, impotente e temerosa.

Em sua denúncia à Ouvidoria, a mulher contou que, quando começou a trabalhar diretamente com o novo secretário, colegas a alertaram sobre um histórico de assédio a mulheres atribuído a ele. Ela também mencionou que os comentários indesejados começaram após Siqueira ter acesso ao seu Instagram pessoal, onde ele fez observações sobre fotos de biquíni.

A resposta da Prefeitura e a defesa do acusado

A Prefeitura de Guarujá, em nota oficial, informou que abriu imediatamente um processo administrativo para apurar os fatos, iniciado na segunda-feira, 22 de janeiro. A portaria de exoneração justifica a medida como uma ação cautelar para garantir a imparcialidade da investigação e preservar o interesse público, bem como assegurar o direito à ampla defesa do acusado.

Quem assume interinamente a secretaria é a jornalista Marina Cavalcante, funcionária comissionada da prefeitura. A servidora que fez a denúncia foi transferida para outro setor da administração municipal.

Em entrevista, Paulo Henrique Siqueira negou todas as acusações. Ele afirmou que a funcionária trabalhava como sua secretária particular e que entre eles havia apenas cumprimentos de rosto, de beijo. O ex-secretário disse que a denúncia foi uma surpresa e que ela não conversou com ele sobre qualquer desconforto.

Nada aconteceu, declarou Siqueira, que registrou um boletim de ocorrência por calúnia no sábado, 27 de janeiro, na Delegacia Sede de Guarujá. Ele afirmou que tomou a decisão de pedir exoneração após conversar com o prefeito no fim de semana, para cuidar de sua própria imagem. O ex-secretário, que tem 51 anos e 28 de vida pública, será ouvido no processo administrativo no dia 7 de janeiro.

Paulo Henrique Siqueira também sugerou que há uma movimentação política por trás da acusação e disse que apresentará testemunhas de uma empresa terceirizada para comprovar sua versão dos fatos.