Ramagem avalia renúncia após asilo nos EUA, afirma líder do PL na Câmara
Ramagem pode renunciar se conseguir asilo nos EUA

O futuro do mandato do deputado federal Alexandre Ramagem está diretamente ligado a um pedido de asilo político nos Estados Unidos. Foi o que revelou o líder do Partido Liberal na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, em um almoço com jornalistas realizado nesta segunda-feira, 15 de dezembro de 2025.

Condição para a renúncia

Sóstenes Cavalcante afirmou que Ramagem apenas considerará renunciar ao seu mandato no próximo ano, em 2026, se for bem-sucedido na solicitação de asilo político junto às autoridades norte-americanas. A declaração joga luz sobre a estratégia de defesa do parlamentar, que é alvo de um processo de cassação na Casa.

O líder do PL deixou claro, no entanto, que qualquer decisão sobre a renúncia está completamente descartada para os próximos dias. Isso vale mesmo que o plenário da Câmara aprove a cassação do mandato de Ramagem, seguindo uma determinação do Supremo Tribunal Federal.

O andamento do processo de cassação

O cenário político se movimenta rapidamente. Na semana passada, o presidente da Câmara, Hugo Motta, havia sinalizado que o processo relacionado ao deputado seria levado a deliberação em plenário ainda nesta semana.

Diante disso, Sóstenes Cavalcante anunciou que pediria o adiamento da apreciação durante a reunião de líderes marcada para esta segunda-feira. A intenção do líder do PL é convencer Hugo Motta a replicar o trâmite usado na cassação da deputada Carla Zambelli, que passou pela Comissão de Constituição e Justiça antes de seguir para o plenário.

"Espero que Hugo Motta possa rever e não paute a cassação nesta semana", declarou Sóstenes, demonstrando a tentativa de ganhar tempo para a defesa de Ramagem.

As acusações contra Ramagem

Alexandre Ramagem, que foi chefe da Agência Brasileira de Inteligência durante o governo de Jair Bolsonaro, enfrenta acusações graves. Ele é investigado por supostamente comandar uma central de espionagem clandestina dentro da Abin e por municiar o ex-presidente com dados falsos sobre urnas eletrônicas.

O caso, que integra as investigações sobre a trama golpista, tem desdobramentos tanto no STF quanto no Legislativo, colocando o mandato do deputado em risco iminente.