Deputado condenado viaja aos EUA sem autorização da Câmara
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 16 anos de prisão por participação na trama golpista, está atualmente nos Estados Unidos. A informação foi confirmada através de fotos publicadas na quarta-feira, 19 de novembro de 2025, pelo portal Platô.br, gerando imediata reação política e jurídica.
Nota oficial e atestados médicos
Diante da repercussão e do risco de fuga, a Câmara dos Deputados, sob o comando do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), emitiu uma nota oficial para esclarecer a situação. A Casa legislativa afirmou categoricamente que não autorizou nenhuma missão oficial no exterior para o parlamentar e que não houve qualquer comunicação sobre seu afastamento do território nacional.
Além disso, a Câmara informou que o deputado, que é ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), apresentou atestados médicos com validade até 12 de dezembro. Os documentos cobrem os períodos de 9 de setembro a 8 de outubro e de 13 de outubro a 12 de dezembro.
Reações e cenário jurídico
A revelação da viagem motivou o deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) a pedir a prisão imediata de Ramagem. Enquanto isso, o blogueiro Allan dos Santos publicou em sua conta no X que o deputado "está em segurança", numa referência à sua localização fora do alcance imediato da Justiça brasileira.
O contexto jurídico do caso avançou significativamente nesta semana, com a publicação do acórdão do julgamento do núcleo crucial da trama golpista pelo STF. O colegiado rejeitou os recursos das defesas, mantendo a condenação de Ramagem, do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais seis pessoas.
Os advogados dos réus ainda podem apresentar embargos de declaração em cinco dias ou infringentes em quinze dias, mas as chances de alterar a condenação são consideradas mínimas. Esta movimentação indica que o processo caminha para o trânsito em julgado, etapa que precede a execução da pena e a prisão efetiva dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado.