O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, confirmou nesta segunda-feira (15) que o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), condenado a mais de 16 anos de prisão por participação em tentativa de golpe de Estado, deixou o Brasil de forma clandestina pela fronteira com a Guiana. A informação foi dada em coletiva de imprensa, onde Andrei detalhou a rota de fuga do parlamentar, que segue foragido e com mandato ativo.
Rota da fuga e uso de passaporte irregular
Andrei Rodrigues foi enfático ao afirmar que Ramagem não passou por nenhum ponto de controle migratório brasileiro. Segundo as investigações, ele cruzou a fronteira terrestre com a Guiana de maneira irregular e, em seguida, embarcou em um voo no aeroporto de Georgetown com destino a Miami, nos Estados Unidos, onde atualmente reside.
Um dos achados mais graves da investigação é que o deputado utilizou um passaporte diplomático para realizar a viagem. O documento já tinha uma determinação de cancelamento, mas não foi apreendido a tempo. A Polícia Federal comunicará o fato à Interpol para que o passaporte seja bloqueado internacionalmente.
Prisão de suspeito e próximos passos da investigação
A PF já deu um passo importante nas investigações com a prisão, no último sábado (13), do empresário Celso Rodrigo de Mello. Ele é filho do garimpeiro conhecido como Rodrigo Cataratas e é apontado como um dos facilitadores da fuga de Ramagem pela rota da Guiana.
O celular do empresário foi apreendido e passará por perícia. Andrei Rodrigues afirmou que o suspeito será interrogado nos próximos dias e que as informações obtidas devem revelar mais detalhes sobre a operação e possíveis outros envolvidos. "A investigação chegou então a esse grupo que teria facilitado a fuga", declarou o diretor-geral.
Contexto do caso e situação atual de Ramagem
Alexandre Ramagem foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 16 anos e um mês de prisão pelos crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado. Apesar da condenação e de ser considerado foragido da Justiça brasileira, ele mantém seu mandato de deputado federal. A situação gera um impasse jurídico e político, com a investigação sobre sua fuga ganhando novos contornos a cada revelação.
A PF segue com a apuração para desvendar toda a rede de apoio que permitiu a saída clandestina do país. O foco é identificar todas as circunstâncias e pessoas que colaboraram para que o parlamentar condenado conseguisse escapar.