PF cumpre mandados contra deputados Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy
PF cumpre mandados contra deputados Sóstenes e Jordy

Nesta sexta-feira (19), a Polícia Federal deu início a uma operação que cumpre mandados de busca e apreensão contra dois deputados federais do Rio de Janeiro. Os alvos são Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy, ambos do PL e conhecidos como aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Operação autorizada pelo STF

A ação policial foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e está sendo realizada em endereços no Distrito Federal e no Rio de Janeiro. Ao todo, são sete mandados judiciais em cumprimento. Importante destacar que, segundo fontes próximas ao caso, as buscas não estão ocorrendo nos gabinetes parlamentares dos deputados na Câmara dos Deputados.

O objetivo central da operação, conforme divulgado pela própria PF, é aprofundar as investigações sobre supostos desvios de recursos públicos das cotas parlamentares. A corporação emitiu uma nota explicando que, de acordo com as apurações, "agentes políticos, servidores comissionados e particulares teriam atuado de forma coordenada para o desvio e posterior ocultação de verba pública".

Reação dos deputados e alegações

O deputado Carlos Jordy reagiu rapidamente à operação. Ele publicou um vídeo em suas redes sociais, classificando a ação da PF como "covarde". Em sua defesa, Jordy afirmou que a justificativa para a busca está relacionada à suspeita de que ele teria desviado recursos da cota parlamentar para uma empresa de aluguel de carros.

"Sendo que é a mesma empresa que eu alugo carros desde o início do meu primeiro mandato", argumentou o parlamentar. Ele ainda acrescentou: "A mesma empresa que o deputado Sóstenes, que eu acredito que também esteja sendo alvo de busca e apreensão, aluga veículos dessa mesma empresa desde o início do primeiro mandato dele. A alegação deles é tosca, eles dizem que chama muito a atenção o número de veículos desta empresa".

Contexto e desdobramentos

A operação desta sexta-feira se insere em um contexto de intensificação de investigações sobre o uso de verbas públicas no âmbito do Congresso Nacional. A cota parlamentar, destinada a custear despesas de exercício do mandato, tem sido alvo constante de escrutínio por parte dos órgãos de controle.

Paralelamente a esta ação, a Câmara dos Deputados oficializou, na tarde desta sexta-feira, a cassação dos mandatos dos deputados Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem. A decisão foi publicada em edição do Diário Oficial da Casa. Embora sejam processos distintos, os eventos marcam um dia de significativa movimentação política e jurídica no cenário nacional.

Agora, os focos das atenções se voltam para os próximos passos da Polícia Federal. A análise dos materiais apreendidos durante as buscas será crucial para determinar se haverá novas fases na operação ou a apresentação de denúncias ao Poder Judiciário. Os deputados Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy, por sua vez, devem continuar a se defender publicamente das acusações.