Laudos periciais elaborados pela Polícia Federal confirmaram oficialmente que o ex-presidente Jair Bolsonaro tentou romper a tornozeleira eletrônica que usava durante o período de prisão domiciliar. Os documentos, encaminhados ao Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira, 18 de dezembro de 2025, apontam danos significativos no equipamento.
Detalhes técnicos da violação
Os peritos federais informaram ao STF que o dispositivo de monitoramento apresentava "danos significativos na junção da capa plástica polimérica". Segundo as investigações, os estragos foram causados por uma "fonte de calor concentrado com ferro em sua composição".
O laudo técnico é categórico ao afirmar que testes realizados com um ferro de solda na superfície do material produziram marcas compatíveis com os danos encontrados na tornozeleira do ex-presidente. As evidências materiais, portanto, corroboram a tentativa de violação do equipamento.
Contexto e decisão judicial
O caso veio à tona no dia 22 de novembro, quando o Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal alertou o Supremo sobre uma possível violação do dispositivo. Na ocasião, Bolsonaro foi preso preventivamente e admitiu a tentativa, alegando estar sob efeito de "paranóia" causada por medicamentos.
Diante dos novos laudos, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou um prazo de cinco dias para que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre os resultados. A decisão judicial ocorreu nesta mesma quarta-feira, após a análise dos documentos periciais.
Repercussões e próximos passos
A confirmação técnica pela Polícia Federal representa um capítulo importante no processo que investiga a conduta do ex-presidente durante a prisão domiciliar. O equipamento havia sido imposto por decisão do próprio ministro Alexandre de Moraes.
Agora, a PGR terá que avaliar as provas e se pronunciar perante o Supremo, o que pode levar a novas medidas judiciais. O caso continua sob a atenção do STF, que monitora o cumprimento das medidas cautelares determinadas anteriormente.