
Não é todo dia que um dos pastores mais conhecidos do país desembarca no Galeão e é recebido não por fiéis, mas por agentes federais. A cena, digna de roteiro de filme, aconteceu nesta terça-feira (20) com Silas Malafaia.
A Polícia Federal realizou uma abordagem direta — e digamos que, inesperada para ele — assim que o avião tocou o solo carioca. O clima? Tenso, para dizer o mínimo. Não houve algemas, mas a apreensão foi concretizada: seu passaporte e seu telefone celular foram recolhidos pelos oficiais.
O que motivou a ação?
Boa pergunta. Ainda pairam mais dúvidas que certezas. A PF, como de praxe, é econômica nos detalhes quando uma operação está em andamento. Sabe como é, né? Eles soltam migalhas de informação, e a gente fica aqui, tentando montar o quebra-cabeça.
O certo é que a medida está vinculada a um inquérito em segredo de Justiça tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF). Isso mesmo, no topo do judiciário. O que joga uma luz — ainda que fraca — sobre a seriedade e o alcance das investigações.
Malafaia, voz influente e por vezes bombástica do neopentecostalismo brasileiro, não comenta publicamente sobre o ocorrido. A assessoria dele deve estar tendo um dia mais que agitado.
Repercussão imediata e especulações
As redes sociais, claro, entraram em combustão espontânea. De um lado, os apoiadores do pastor bradando por perseguição religiosa e politicagem. De outro, quem vê a ação como um passo necessário de prestação de contas. O fato é que o episódio mexe com um caldeirão de temas sensíveis: religião, política e justiça.
Especialistas em direito constitucional que acompanham o caso (ou pelo menos tentam) arriscam algumas possibilidades. A apreensão de um celular, hoje, não é algo banal. Indica que os investigadores buscam uma janela — talvez uma vasta coleção de janelas — para conversas, mensagens, registros. Dados que podem ser cruciais.
O passaporte, então? Isso sinaliza um interesse em controlar deslocamentos. Será que há um temor de fuga? Ou apenas uma medida cautelar para garantir que o investigado permaneça à disposição da Justiça? Só o tempo — e talvez o desenrolar dramático dessa história — vai responder.
Enquanto isso, o Rio de Janeiro vê mais um capítulo de sua crônica de poder, fé e influência se desenrolar em solo aeroportuário. Aguardemos os próximos capítulos. Eles prometem.