
O dia amanheceu tenso para uma das figuras mais conhecidas — e, vamos combinar, polêmicas — do meio evangélico brasileiro. Nesta quarta-feira (20), a Polícia Federal bateu à porta do pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, executando um mandado de busca e apreensão. A notícia, que correu que nem rastro de pólvora, deixa todo mundo se perguntando: o que será que ferrou dessa vez?
Não foi algo discreto, não. A força-tarefa, autorizada pelo Ministério Público Federal (MPF), também cumpriu uma série de outras medidas cautelares. A gente sabe como é — quando a lei aperta, o buraco é sempre mais embaixo. A operação, que tem um daqueles nomes pomposos de sempre (‘Operação Resgate’), investiga um suposto esquema de sonegação fiscal que gira em torno de... adivinha? Doações feitas para a igreja.
O Cerco Aperta: O que a PF Está Buscando?
A imagem é forte: agentes federais revirando documentos, computadores sendo levados para perícia. O alvo principal é tentar encontrar provas de que Malafaia e sua organização estariam usando a imunidade tributária — um benefício gigantesco que instituições religiosas têm — para dar uma ‘lavadinha’ em valores que, na visão do fisco, deveriam ser taxados. A acusação é pesada: desviar recursos através de doações fictícias ou superfaturadas.
E olha, a coisa não para por aí. A Justiça também decretou o bloqueio de bens dos investigados — e estamos falando de valores que chegam a fazer o olho girar. A medida, claro, é para evitar que qualquer patrimônio possa sumir magicamente antes de um eventual processo.
E a Reação do Pastor?
Malafaia, como era de se esperar, não é exatamente do tipo que fica quieto num canto. Pelas redes sociais, ele já começou a se defender, classificando a operação como uma perseguição política e religiosa. Ele alega que tudo não passa de uma retaliação pelas suas posições conservadoras e pelo seu apoio a certos políticos. “É o Estado laico mostrando a sua cara”, disparou, em um vídeo cheio de indignação.
Mas será? A Justiça Federal, ao autorizar a operação, argumenta que existem indícios robustos de irregularidades. Eles não costumam mexer os pauzinhos assim, à toa, ainda mais com um figurão desse naipe. O MPF garante que a investigação é técnica, baseada em quebra de sigilos e em dados contábeis, e não tem nada a ver com crença ou opinião.
O fato é que o caso joga um holofote enorme sobre a sempre nebulosa relação entre dinheiro, religião e poder no Brasil. Todo mundo se lembra de casos anteriores, e a pergunta que fica no ar é: até que ponto a isenção fiscal das igrejas está sendo usada como um salvo-conduto para coisas que nada têm a ver com fé?
O desfecho? Ah, isso ainda vai dar muito pano pra manga. Enquanto a PF analisa o material apreendido, o pastor promete guerrear — e a opinião pública, como sempre, se divide entre os que veem um justiceiro e os que enxergam apenas mais um alvo da máfia de togados.