Os parlamentares do partido Novo que integram a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS apresentaram, nesta quinta-feira (18 de dezembro de 2025), um novo pedido para que Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, seja ouvido pelos trabalhos da comissão. O filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é citado em trocas de mensagens que foram interceptadas pela Polícia Federal e que, segundo os requerentes, indicariam seu envolvimento no esquema de corrupção que desviou recursos de aposentados e pensionistas.
Mensagens interceptadas são a base do pedido
O requerimento foi assinado pelos quatro integrantes do Novo na CPMI: os deputados federais Marcel van Hattem (RS), Adriana Ventura (SP) e Luiz Lima (RJ), além do senador Eduardo Girão (CE). Eles sustentam que diálogos apreendidos pela PF entre Roberta Luchsinger e Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS", constituem indícios da participação de Lulinha.
Os parlamentares transcreveram trechos do relatório da PF no documento. Em uma mensagem de 29 de abril de 2025, Roberta teria dito: "E só para vc saber, acharam um envelope com nome do nosso amigo no dia da busca e apreensão". Em seguida, Antônio Camilo responde demonstrando preocupação com a palavra "PUTZ". No mesmo dia, Roberta ainda orienta: "E Antônio, some com esses telefones. Joga Fora".
Alguns dias depois, em 5 de maio, um áudio de Roberta tenta tranquilizar o "Careca do INSS": "na época do Fábio falaram de Friboi, de um monte de coisa o maior… igual agora com você". Para os autores do requerimento, a menção ao nome "Fábio" seria uma clara referência a Fábio Luís, o Lulinha.
Contexto de prisões e declaração de Lula
A nova investida dos parlamentares do Novo ocorre no mesmo dia em que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, determinou a prisão preventiva de 16 investigados no escândalo do INSS. A decisão, que incluiu a prisão do "Careca do INSS", foi baseada em um relatório da própria Polícia Federal.
Questionado sobre o assunto, o presidente Lula se pronunciou nesta quinta-feira. Ele afirmou que, se houver algum filho seu "metido nisso [escândalo do INSS], será investigado". Lula enfatizou a seriedade das investigações: "Todas as pessoas que estiverem envolvidas diretamente ou não, elas vão ser investigadas pela Polícia Federal. É importante que haja seriedade para que a gente possa investigar todas as pessoas que estão envolvidas, todas as pessoas, ninguém ficará livre".
O que esperar dos próximos passos
A CPMI do INSS agora precisa analisar o novo requerimento de convocação. A aceitação ou rejeição do pedido dependerá da votação entre todos os membros da comissão. Este não é o primeiro pedido para ouvir Lulinha, mas os parlamentares do Novo acreditam que as novas evidências das interceptações fortalecem a necessidade de seu depoimento.
O caso segue sob os holofotes, combinando as investigações da PF, as decisões do STF e o trabalho legislativo da CPMI, que tenta desvendar a extensão do esquema que lesou milhares de beneficiários do INSS.