Governador muda indicação para presidência do BRB em meio a operação da PF
Mudança na presidência do BRB após operação da PF

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, realizou uma mudança surpreendente na indicação para a presidência do Banco de Brasília (BRB) nesta quarta-feira (19). Menos de 24 horas após anunciar Celso Eloi de Souza Cavalhero para o cargo, o governador voltou atrás e indicou Nelson Antônio de Souza, ex-presidente da Caixa Econômica Federal.

Mudança estratégica em meio a crise

A decisão ocorre em um momento delicado para a instituição financeira, que enfrenta as consequências da Operação Compliance Zero, da Polícia Federal. A investigação apura um esquema de fraude envolvendo a emissão e negociação de títulos de crédito falsos.

Como resultado direto da operação policial, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor financeiro, Dario Oswaldo Garcia Júnior, foram afastados judicialmente por 60 dias. Este afastamento criou a necessidade de uma reestruturação imediata na liderança do banco.

Perfil do novo presidente

Nelson Antônio de Souza traz consigo uma extensa experiência no sistema bancário público brasileiro. O executivo iniciou sua carreira na Caixa Econômica Federal em 1979, onde construiu uma trajetória de quatro décadas.

Seu currículo inclui passagens por alguns dos cargos mais importantes do setor: presidiu a Caixa entre 2018 e 2019, comandou o Banco do Nordeste em 2014 e esteve à frente de áreas estratégicas ligadas a crédito, habitação e governança.

Atualmente, Nelson ocupa o cargo de vice-presidente da Elo. Sua indicação para o BRB representa uma mudança de direção significativa na gestão do banco.

Reorganização da equipe

Com a nova indicação, Celso Eloi de Souza Cavalhero, que havia sido anunciado inicialmente para a presidência, assumirá agora um cargo na diretoria da instituição. Esta reorganização demonstra a urgência do governo em estabilizar a situação do BRB após os recentes eventos.

O Banco de Brasília, criado em dezembro de 1964, tem como objetivo principal ser um agente financeiro para captar recursos necessários para o desenvolvimento do Distrito Federal. Desde 1991, opera com as carteiras comercial, câmbio, desenvolvimento e imobiliária.

A instituição é uma sociedade de economia mista de capital aberto, sendo o Governo do Distrito Federal seu acionista majoritário, com 71,92% das ações. O BRB mantém atuação além do Distrito Federal, com agências em oito estados brasileiros: Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Bahia e Paraíba.

A Polícia Federal já iniciou a análise dos documentos apreendidos durante a operação que investiga as fraudes no Banco Master, caso que tem relação com a atual crise no BRB e que influenciou diretamente as recentes mudanças na liderança do banco.