O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, declarou publicamente nesta quinta-feira que não autorizou nem recebeu qualquer comunicação sobre a viagem internacional do deputado Alexandre Ramagem. A informação foi divulgada através de nota oficial enviada à imprensa.
Ausência justificada por atestados médicos
Conforme a nota da presidência da Câmara, o parlamentar bolsonarista apresentou atestados médicos que cobrem dois períodos específicos: de 9 de setembro a 8 de outubro e de 13 de outubro a 12 de dezembro. No entanto, o documento não faz qualquer menção a autorizações para deslocamento ao exterior durante esses períodos de licença médica.
Contexto da condenação e fuga
Alexandre Ramagem foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na ação penal relacionada à trama golpista, com pena estabelecida em 16 anos e um mês de reclusão. O ex-chefe da Abin no governo Bolsonaro também recebeu determinação de perda do cargo de delegado da Polícia Federal.
O deputado deixou o país pouco antes do trânsito em julgado do processo, conforme apurou o portal PlatôBR, que localizou o parlamentar em Miami, nos Estados Unidos. A saída do território nacional ocorreu às vésperas da conclusão definitiva do caso judicial.
Reações políticas e medidas judiciais
Em resposta à situação, o PSOL apresentou ao STF um pedido para decretação de prisão cautelar de Ramagem. A medida busca garantir o cumprimento da pena imposta ao deputado, considerando sua ausência do país e a condenação já proferida pela Suprema Corte.
O caso envolve figuras centrais do chamado escândalo golpista e continua gerando repercussões no cenário político brasileiro, com desdobramentos que podem afetar tanto o poder legislativo quanto o judiciário nos próximos dias.
