Ex-prefeito Nilson Areal morre aos 63 anos após parada cardíaca em Sena Madureira
Morre ex-prefeito de Sena Madureira, Nilson Areal, aos 63 anos

O ex-deputado estadual e ex-prefeito de Sena Madureira, Nilson Roberto Areal de Almeida, faleceu neste domingo, 14 de maio, aos 63 anos de idade. A causa da morte foi uma parada cardíaca. Areal enfrentava problemas de saúde e estava em tratamento contra um câncer no pulmão.

Trajetória política e reações

Nilson Areal construiu sua carreira política em sua cidade natal, Sena Madureira, onde era conhecido pela alegria e pelo cuidado com as pessoas. Ele exerceu dois mandatos à frente da prefeitura municipal, entre os anos de 2005 e 2012. Além disso, atuou na gestão e coordenação do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária (Deracre) no município.

Ao tomar conhecimento do falecimento, o governador do Acre, Gladson Cameli, publicou uma nota de pesar. No comunicado, Cameli destacou a dedicação de Areal à sua cidade e à sua família. Em respeito à morte do político, o governo do estado decretou ponto facultativo de três dias, conforme decisão publicada no Diário Oficial do Estado (DOE).

Polêmicas e condenações na Justiça

A trajetória de Nilson Areal também foi marcada por uma série de processos judiciais e condenações por atos de improbidade administrativa. As investigações sobre irregularidades em sua gestão começaram a ganhar força a partir de 2016.

Em setembro de 2016, o ex-prefeito foi preso preventivamente após ser condenado a mais de 18 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, por crimes contra a administração pública. Anteriormente, em 2013, ele já havia tido a prisão preventiva decretada pela Justiça.

As principais acusações e condenações incluem:

  • Em agosto de 2017: Foi condenado a devolver R$ 10,9 mil aos cofres públicos por ter contratado uma funcionária fantasma para o cargo de gerente de abastecimento entre fevereiro e setembro de 2009.
  • Em outubro de 2017: A Vara Cível de Sena Madureira o condenou, junto a outros dois ex-servidores, por improbidade administrativa devido a contratações irregulares. A sentença determinava o ressarcimento integral dos gastos públicos com condenações trabalhistas desses servidores.
  • Em 2021: Recebeu uma nova condenação, desta vez de 1 ano e 6 meses de prisão em regime aberto, pela Vara Criminal da Comarca, por contratar servidores sem concurso público em dois períodos: de 2004 a setembro de 2009 e de março de 2011 a 2012.

O Ministério Público do Acre (MP-AC) também moveu ações contra ele. Em maio de 2017, ingressou com uma ação civil pública pedindo a indisponibilidade de seus bens, alegando que Areal acumulou cargos públicos remunerados de forma indevida entre 2013 e fevereiro de 2015. O MP-AC ainda ofereceu denúncia por corrupção, apontando o ex-prefeito como responsável por montar um esquema de 'laranjas' para desviar recursos públicos. Nesse caso, outras 14 pessoas foram denunciadas por receber salários sem trabalhar.

Legado e controvérsias

A morte de Nilson Areal encerra a vida de uma figura pública que deixou marcas tanto pelo trabalho à frente do executivo municipal quanto por uma gestão alvo de intenso escrutínio da Justiça. Sua história reflete a complexidade da política local, onde a proximidade com a comunidade e as acusações de desvios coexistiram.

Seu falecimento mobilizou o cenário político do Acre, com manifestações de pesar oficiais e a medida administrativa do ponto facultativo, indicando o peso de sua presença na região. As condenações judiciais, no entanto, permanecem como parte indelével de seu legado, servindo como um capítulo importante nos anais da administração pública acreana.