Dois anos e meio após os graves episódios antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, o major Mauro Cid, ex-assessor militar do ex-presidente Jair Bolsonaro, finalmente removeu a tornozeleira eletrônica que monitorava seus movimentos. A medida marca um novo capítulo nas investigações sobre o caso que abalou a democracia brasileira.
Longo Período de Monitoramento Chega ao Fim
Na última quarta-feira, Cid compareceu ao Complexo da Polícia Federal em Brasília para a retirada oficial do dispositivo. O major integrava o grupo de investigados que respondia em liberdade, mas sob rigoroso controle eletrônico, desde maio de 2023.
O fim do monitoramento ocorre após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou cumpridos os requisitos da medida cautelar. No entanto, o processo judicial contra Cid continua em andamento, com o ex-assessor ainda respondendo por suposta participação nos atos golpistas.
Colaboração com a Justiça e Delação
Durante estes dois anos, Mauro Cid optou pela via da colaboração com as investigações. Em junho de 2023, ele firmou acordo de delação premiada, comprometendo-se a revelar informações sobre:
- Os preparativos para os atos de 8 de janeiro
- Possível envolvimento de outras autoridades
- Tentativas de obstrução da posse do governo Lula
- Alterações em sistemas de vacinação contra COVID-19
Repercussões no Cenário Político
A libertação de Cid do monitoramento eletrônico reacende o debate sobre as consequências jurídicas para todos os envolvidos nos ataques às instituições democráticas. Especialistas apontam que este pode ser um passo significativo, mas alertam que a investigação ainda tem muito a revelar.
"Este é um momento importante, mas não final", analisa um constitucionalista que acompanha o caso. "A retirada da tornozeleira simboliza o cumprimento de uma etapa, porém as responsabilizações pelos graves crimes contra a democracia ainda estão sendo apuradas."
Próximos Passos no Processo
Com o fim do monitoramento, Mauro Cid mantém outras obrigações perante a Justiça, incluindo:
- Comparecimento regular às audiências
- Proibição de contato com outros investigados
- Manutenção da colaboração com as investigações
- Restrições de viagem sem autorização judicial
O caso continua sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, com novas decisões esperadas para os próximos meses à medida que as delações são analisadas e novos depoimentos são colhidos.