Um momento de tensão e pânico durante uma operação policial em creches municipais do Rio de Janeiro pode ter revelado indícios concretos de um suposto esquema de corrupção envolvendo a vereadora Gigi Castilho. Segundo relatos de ex-funcionários obtidos com exclusividade, o marido da parlamentar, Thiago Castilho, teria deixado cair uma sacola repleta de dinheiro ao fugir abruptamente do local durante uma inspeção do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
O Dia que Tudo Mudou
De acordo com testemunhas que preferiram manter o anonimato por medo de represálias, a cena ocorreu durante uma visita surpresa da Polícia Civil a uma das creches administradas pela prefeitura. Quando os agentes se aproximavam, Thiago Castilho teria entrado em pânico e tentado deixar o local às pressas.
"Ele estava visivelmente nervoso desde que soube que a polícia estava a caminho", relatou uma ex-funcionária. "Quando os viram chegando, ele saiu correndo e, no susto, deixou cair uma sacola plástica que carregava. O conteúdo se espalhou pelo chão: eram muitas cédulas de dinheiro, todas em espécie."
Operação do GAECO
A operação faz parte de investigações mais amplas conduzidas pelo GAECO, que apura supostas irregularidades em contratos e na gestão de creches municipais. As investigações começaram após denúncias de funcionários sobre possíveis desvios de recursos públicos e favorecimento em processos licitatórios.
As creches em questão são mantidas pela prefeitura do Rio e atendem crianças de famílias de baixa renda, tornando as alegações de desvio de recursos particularmente graves.
Repercussões Políticas
A vereadora Gigi Castilho, que tem interface política com as secretarias responsáveis pelas creches, nega qualquer irregularidade. Em nota, sua assessoria afirmou que "não há qualquer fundamento nas acusações e que a família Castilho coopera integralmente com as investigações".
Entretanto, os relatos dos ex-funcionários contradizem essa versão. "Isso não era segredo entre os funcionários", contou outra testemunha. "Todo mundo sabia das visitas regulares do Thiago e das 'encomendas' que ele levava."
Próximos Passos da Investigação
O GAECO já coletou documentos e imagens de câmeras de segurança dos locais e deve ouvir novas testemunhas nas próximas semanas. A Polícia Civil também analisa extratos bancários e movimentações financeiras dos investigados.
Enquanto isso, a oposição na Câmara Municipal já fala em pedir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar o caso, que pode se tornar um dos maiores escândalos políticos do ano na capital fluminense.