O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), se manifestou publicamente sobre a operação Compliance Zero, que investiga um suposto esquema de fraude envolvendo o Banco Master e o Banco de Brasília (BRB). Durante a abertura do Salão do Imóvel da Ademi-DF nesta quinta-feira (20), o governador defendeu o ex-presidente do BRB Paulo Henrique Costa e minimizou a gravidade das investigações.
Defesa do ex-presidente do BRB
Em suas declarações, Ibaneis Rocha atribuiu os possíveis erros cometidos por Paulo Henrique Costa a um excesso de confiança no crescimento do banco. O governador afirmou ter um carinho e uma confiança enorme pelo ex-presidente, que foi afastado do cargo nesta quinta-feira (20) junto com o diretor financeiro Dario Oswaldo Garcia.
"Podem ter ocorrido alguns erros, muitas vezes até pelo excesso de confiança. Eu debito essa operação e esse fato que aconteceu com o ex-presidente Paulo, que eu tenho por ele um carinho e uma confiança enorme, ao excesso de confiança no crescimento do banco", declarou Ibaneis durante o evento.
Mudanças na gestão do BRB
O Conselho de Administração do BRB aprovou na manhã de quinta-feira (20) o nome de Nelson Antônio de Souza para assumir a presidência da instituição. A indicação partiu do próprio governador Ibaneis Rocha e ainda precisa ser apreciada pelo Banco Central e pela Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Nelson Souza é um executivo experiente do setor financeiro, ex-presidente da Caixa Econômica Federal entre 2018 e 2019, e também já comandou o Banco do Nordeste em 2014. Atualmente ocupa o cargo de vice-presidente da Elo.
Esta é a segunda indicação de Ibaneis para a presidência do BRB em menos de 24 horas. Inicialmente, o governador havia indicado Celso Eloi de Souza Cavalhero na terça-feira (18), mas voltou atrás e indicou Nelson Souza. Agora, Celso Eloi assumirá um cargo na diretoria do banco.
Contexto da operação Compliance Zero
A Operação Compliance Zero investiga um esquema de fraude que envolve a tentativa de compra do Banco Master pelo BRB. Sobre essa transação, Ibaneis Rocha afirmou que o ex-presidente Paulo Henrique Costa defendia que a operação seria vantajosa para o crescimento do Banco de Brasília.
"Essa operação se arrastou durante muito tempo, houve uma deterioração do patrimônio do banco, e nesse momento o Paulo pode ter errado na avaliação do risco que iria ocorrer", reconheceu o governador.
Apesar dos problemas, Ibaneis demonstrou otimismo em relação ao futuro do BRB, afirmando acreditar que a recuperação do banco será imediata e não trará prejuízos para clientes e investidores.
O BRB é uma empresa de economia mista de capital aberto, sendo que o governo do Distrito Federal detém 71,92% das ações, o que explica o envolvimento direto do governador nas decisões sobre a instituição financeira.
