O ex-prefeito do município de Bonfim, Joner Chagas, de 51 anos, foi internado no Hospital Geral de Roraima (HGR) nesta quinta-feira, dia 4. A hospitalização ocorreu após uma semana de sua prisão, decretada pela Polícia Federal sob a acusação de desviar cerca de R$ 40 milhões dos cofres públicos.
Estado de saúde preocupa familiares
De acordo com informações fornecidas pela família, Joner Chagas é portador de diabetes crônica e depende de um controle rigoroso da doença, que inclui a aplicação diária de insulina. Os parentes relataram que o ex-gestor sofreu uma "piora provocada pela ausência do controle adequado da medicação".
Ao chegar ao HGR Rubens de Souza Bento, o paciente apresentava quadro de diabetes descontrolada, acompanhada de desidratação severa e sinais de possível comprometimento renal. A Secretaria de Saúde de Roraima (Sesau) confirmou a internação, mas ressaltou que detalhes clínicos são sigilosos e só podem ser repassados ao paciente ou a seus familiares.
Operação Déjà Vu e as acusações de desvio
A prisão de Joner Chagas aconteceu no dia 27 de novembro, em Boa Vista, como parte dos desdobramentos da Operação Déjà Vu, conduzida pela PF. Ele é investigado por supostamente comandar um esquema de fraudes em licitações destinadas à manutenção de estradas vicinais no município de Bonfim.
Segundo as investigações, o ex-prefeito teria usado uma empresária como "testa de ferro" para ocultar sua ligação direta com os contratos e o desvio dos recursos. A empresa envolvida, de acordo com a PF, não tinha estrutura compatível com os valores milionários dos contratos que firmou.
A operação que levou à sua prisão foi deflagrada um dia após a PF cumprir sete mandados de busca e apreensão nas cidades de Boa Vista e Bonfim. A apuração ganhou força após a prisão em flagrante de uma empresária, seu marido e sua filha, que foram surpreendidos com mais de R$ 510 mil em espécie, valor considerado de origem ilícita.
Posicionamento das autoridades
O g1 entrou em contato com a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) para questionar sobre as alegações da família em relação ao estado de saúde do ex-prefeito e se há alguma posição oficial sobre o caso. Até o momento, a pasta não se manifestou.
A situação coloca em evidência não apenas as acusações de corrupção e desvio de verbas públicas, mas também questões relacionadas à assistência à saúde de presos sob custódia do Estado. O caso continua sob os holofotes da Justiça e da Polícia Federal.
