
Parece que a velha máxima de que "água mole em pedra dura tanto bate até que fura" está prestes a ser testada mais uma vez no cenário político sul-mato-grossense. E dessa vez, com nomes que carregam um peso considerável no estado.
A Justiça Federal – aquela que insiste em não passar a mão na cabeça de ninguém – acabou de transformar em réus dois figurões: o ex-prefeito de Dourados, Alan Guedes (que hoje assina como Alan Assad), e o empresário Fábian Vieira, que não é exatamente um Zé ninguém... é filho do ex-governador André Puccinelli. Sim, aqueles mesmos.
A acusação? Bem, não é nada bonita. Eles estão na mira por supostamente terem recebido propina da gigante JBS. A quantia envolvida? Algo em torno de R$ 700 mil. Não é troco de pinga, não é mesmo?
Os detalhes que deixam qualquer um de cabelo em pé
Tudo começou – ou melhor, veio à tona – através da famosa (e temida) Operação Lava Jato. A investigação apurou que a JBS, na figura do seu então presidente, Wesley Batista, teria liberado uma grana preta para Alan e Fábian entre 2013 e 2014. O objetivo? Abocanhar vantagens e influenciar decisões dentro do poder público. Clássico.
Alan, na época, não era apenas um cidadão comum. Ele comandava a prefeitura de Dourados, uma das cidades mais importantes do MS. Já Fábian, além da herança política pesada, atuava como lobista. Uma dupla e tanto.
E as delações? Ah, as delações...
O caso todo ganhou força a partir dos depoimentos de colaboração premiada dos irmãos Batista – donos da JBS. Eles contaram, detalhadamente, como funcionava o esquema de propinas para garantir benesses aqui e acolá. Em troca do dinheiro vivo, a empresa esperava facilidades em licitações e contratos. Negócio feio, pra dizer o mínimo.
O Ministério Público Federal (MPF) entrou com a ação e a juíza Caroline Braz Lima, da 1ª Vara Federal de Campo Grande, não teve dúvidas: aceitou a denúncia e os tornou réus. Agora, eles responderão pelos crimes de corrupção passiva e ativa. A defesa deles, claro, já entrou com recursos, tentando anular a decisão. Surpresa? Zero.
O que me deixa pensativo é como certos padrões se repetem. A sensação é de déjà vu. Mas, por outro lado, ver a justiça avançar – ainda que a passos lentos – contra figuras poderosas traz um fiapo de esperança. Será que dessa vez a conta vai chegar?
Enquanto isso, o povo de Dourados e de MS fica só observando. Mais um capítulo dessa novela que ninguém pediu para entrar, mas que insiste em não sair do ar.