Filipe Martins pede a Moraes para acompanhar julgamento golpista presencialmente
Ex-assessor de Bolsonaro quer ir a julgamento presencial

O ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, acusado de integrar o chamado "núcleo 2" da tentativa de golpe de Estado, apresentou um pedido formal ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O objetivo é obter autorização para acompanhar presencialmente o seu próprio julgamento, marcado para ter início na próxima semana.

Pedido fundamentado na defesa e exposição midiática

O julgamento está agendado para começar no dia 9 de dezembro de 2025. Atualmente, Martins cumpre prisão domiciliar na cidade de Ponta Grossa, no interior do estado do Paraná. Em sua petição, a defesa do ex-assessor do governo Jair Bolsonaro argumenta que a presença física no plenário do STF em Brasília é essencial para o exercício do direito constitucional à ampla defesa.

Além disso, os advogados destacaram que, por se tratar de um julgamento público, haverá uma "exposição midiática inevitável". Diante desse cenário, a defesa solicitou que o Supremo Tribunal Federal deixe claro, de forma preventiva, que qualquer imagem, vídeo ou registro feito por jornalistas ou por terceiros durante o deslocamento e a permanência de Martins não seja considerado uma violação das medidas cautelares que lhe foram impostas.

Contexto do processo e prisão domiciliar

Filipe Martins é apontado pelo Ministério Público como um dos integrantes do núcleo que planejou e articulou ações para manter Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022, caracterizadas como uma tentativa de golpe de Estado. Ele responde a processo no STF sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

A prisão domiciliar foi decretada como uma medida cautelar durante as investigações. O pedido apresentado nesta sexta-feira busca uma flexibilização temporária dessa condição apenas para os dias do julgamento, permitindo que o réu se desloque até a capital federal.

O que esperar do julgamento

O início do julgamento na próxima semana marca mais um capítulo significativo no processo que investiga os atos golpistas de 2022. A decisão de Alexandre de Moraes sobre o pedido de comparecimento presencial de Martins será um dos primeiros desdobramentos práticos antes da abertura dos trabalhos. A expectativa é de que o ministro analise os argumentos da defesa, que envolvem tanto aspectos processuais quanto a grande repercussão pública do caso.

O andamento do julgamento e a eventual presença de Filipe Martins no plenário do Supremo devem atrair ainda mais atenção da mídia e do público para um dos processos políticos mais relevantes do país.