Novos documentos envolvendo o milionário e criminoso sexual Jeffrey Epstein, morto em 2019, revelam mensagens onde ele se refere ao então candidato Jair Bolsonaro com entusiasmo durante a campanha presidencial de 2018. As informações foram divulgadas por parlamentares democratas da Comissão de Supervisão da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.
As mensagens elogiosas de Epstein
Em um e-mail enviado em 21 de setembro de 2018, às 11h55, Epstein descreve Bolsonaro como "the REAL deal", expressão que pode ser traduzida como "Bolsonaro é para valer" ou "Bolsonaro é o cara". A mensagem foi enviada semanas antes do segundo turno das eleições, quando Bolsonaro disputava com Fernando Haddad do PT.
Os documentos mostram ainda outra comunicação envolvendo o ex-presidente brasileiro meses depois, em 9 de fevereiro de 2019, quando Epstein já estava próximo de ser novamente preso. Nesta mensagem, ele escreve: "Sim, ele gostaria disso. A esposa dele é brasileira, portanto seja gentil ao tratar do Bolsonaro."
Contexto das interações propostas
O texto sugere que Epstein estava articulando algum tipo de contato ou apresentação. Ele continua na mensagem: "Eles são amigos do Lula. Mas ele é uma figura icônica e você não deveria deixar passar a oportunidade de conversar com ele sobre história e política. Vou conectar vocês por e-mail. Aí vocês podem coordenar diretamente."
Até o momento, não está claro quem era o destinatário da mensagem nem qual seria o contexto exato da aproximação proposta por Epstein. As informações foram noticiadas primeiramente pela coluna de Andreza Matais com André Shalders no Metrópoles.
Menções a Lula e a posição da Secom
Os documentos também trazem mensagens envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em uma delas, enviada no mesmo dia 21 de setembro de 2018, às 6h33, Epstein afirma: "Chomsky me ligou com Lula, da prisão. Que mundo".
No entanto, a Secretaria de Comunicação da Presidência nega categoricamente que a ligação tenha acontecido. Em nota enviada à coluna do Metrópoles, a Secom afirmou que "a citada ligação telefônica nunca aconteceu".
A revelação dessas mensagens ocorre em meio à divulgação de novos documentos relacionados a Epstein, que continuam a gerar repercussão internacional e levantam questões sobre as conexões do criminoso sexual com figuras políticas de diversos países.