A Polícia Federal (PF) prendeu um empresário suspeito de ter financiado e dado suporte logístico à fuga do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) para os Estados Unidos. A prisão ocorreu em Manaus no último sábado, 13 de dezembro, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Os detalhes da fuga do parlamentar
Segundo as investigações da PF, Alexandre Ramagem deixou o Brasil de forma clandestina em setembro, logo após ser condenado pela Primeira Turma do STF. O ex-delegado da PF, que já atuou em Roraima, cruzou a fronteira terrestre com a Guiana por esse estado e seguiu de carro até Georgetown, a capital guianense. De lá, embarcou em um voo com destino aos Estados Unidos.
Ramagem foi condenado a mais de 16 anos de prisão pelos crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado, relacionados aos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Sua defesa afirma que ele é inocente e que a acusação não apresenta provas materiais contra ele.
O papel do empresário na operação
O homem preso é Celso Rodrigo de Mello, de 27 anos, filho do conhecido empresário e garimpeiro Rodrigo Martins de Mello, o "Rodrigo Cataratas". A PF aponta que Cataratas e o deputado são amigos, e que Celso teria sido o elo crucial para viabilizar a travessia ilegal pela fronteira de Roraima e a posterior viagem internacional.
A defesa de Celso Mello também declarou sua inocência, afirmando que qualquer conclusão antecipada sobre o caso não condiz com a realidade dos fatos. A prisão foi decretada no âmbito das investigações sobre o núcleo crucial da trama golpista, da qual Ramagem faz parte.
Extradição e contexto familiar
Nesta segunda-feira, 15 de dezembro, o ministro Alexandre de Moraes determinou o início do processo de extradição de Alexandre Ramagem dos Estados Unidos. Os documentos serão analisados pelo Ministério da Justiça e, posteriormente, formalizados e enviados via diplomática pelo Itamaraty ao governo americano.
Enquanto isso, a esposa do deputado, a procuradora de Roraima Rebeca Teixeira Ramagem Rodrigues, está de férias de sua função concursada até o dia 19 de dezembro, segundo o governo local. Ela se encontra nos Estados Unidos ao lado do marido, que agora é considerado foragido da Justiça brasileira.
Com a condenação, Ramagem também perdeu seu mandato de deputado federal, e seu suplente já tomou posse no Congresso Nacional. O caso segue sob os holofotes da operação da Polícia Federal e da Justiça, que buscam garantir o cumprimento da pena.