Eduardo Bolsonaro acusa Moraes de tentar 'concluir trabalho de Adélio'
Eduardo Bolsonaro acusa Moraes após prisão do pai

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) utilizou suas redes sociais para fazer um forte pronunciamento contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), poucas horas após a decretação da prisão preventiva de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Acusação grave contra ministro do STF

Em publicação na rede social X, Eduardo Bolsonaro fez uma declaração que chamou atenção pela gravidade das palavras. Ele acusou Alexandre de Moraes de estar tentando "concluir o que Adélio Bispo começou", em referência direta à tentativa de assassinato que o ex-presidente sofreu durante a campanha eleitoral de 2018.

O parlamentar enfatizou que o que ocorreu neste sábado, 22 de novembro de 2025, foi uma prisão preventiva e não o início de qualquer sentença relacionada ao chamado "caso do golpe da Disney".

Narrativa de autoritarismo judiciário

Em versão em inglês de sua publicação, Eduardo Bolsonaro reforçou a narrativa do autoritarismo judiciário, defendida pelos apoiadores do ex-presidente, e minimizou as alegações que fundamentaram a prisão.

"Moraes tratou uma simples vigília de oração, convocada pelo meu irmão, o senador Flavio Bolsonaro, como se fosse um ato criminoso. É uma completa loucura", escreveu o deputado.

Ele ainda acrescentou: "Como a história demonstra repetidamente, quando figuras autoritárias não conseguem silenciar opositores políticos por meio de perseguição legal, elas intensificam suas ações".

Contexto da prisão de Jair Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro, de 71 anos, foi preso na manhã deste sábado a pedido da Polícia Federal. A decisão foi baseada no risco de fuga e pela garantia da ordem pública, após Flávio Bolsonaro ter convocado uma vigília para a portaria do condomínio onde o pai estava em prisão domiciliar.

Bolsonaro foi levado para a superintendência da Polícia Federal em Brasília. Na decisão proferida, o ministro Alexandre de Moraes apontou que o Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal alertou o STF sobre violação do equipamento de monitoramento eletrônico usado pelo ex-presidente.

Segundo o ministro, a possível ruptura da tornozeleira teria ocorrido às 0h08min do dia 22 de novembro de 2025. Moraes afirmou que a informação "constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho".

Eduardo Bolsonaro contestou veementemente as medidas, argumentando que o presidente do STF "ultrapassou em muito os limites razoáveis" ao decretar a prisão de um ex-presidente que "já está em prisão domiciliar, usando tornozeleira eletrônica, e sendo monitorado pela polícia 24 horas por dia".

O deputado finalizou sua manifestação com um alerta sombrio: "Este é o tipo de escalada sobre a qual a história nos alerta. Quando os regimes falham em derrotar seus oponentes politicamente, tentam fazê-lo fisicamente", escrevendo ainda que o Brasil "está testemunhando um nível de abuso institucional que deveria alarmar qualquer pessoa que valorize a democracia e a dignidade humana básica".