PF encontra documento com nome de deputado em busca do caso Banco Master
Documento com deputado é achado em busca do Banco Master

Uma nova descoberta da Polícia Federal (PF) na investigação sobre o Banco Master trouxe à tona o nome de um parlamentar. Durante uma das buscas relacionadas ao caso, os agentes encontraram um envelope que mencionava o deputado federal João Carlos Bacelar, do PL da Bahia.

O que a Polícia Federal encontrou?

O material foi localizado em um dos endereços associados ao empresário Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. De acordo com informações reveladas pelo jornal O Estado de S. Paulo, que teve acesso aos itens apreendidos, dentro do envelope havia documentos referentes a uma negociação imobiliária na Bahia.

A PF ainda não concluiu a análise do conteúdo e, conforme os dados disponíveis até o momento, não há indícios de irregularidades envolvendo o deputado ou o negócio citado nos papéis.

A explicação do deputado e a estratégia da defesa

Em nota, o deputado João Carlos Bacelar se pronunciou sobre o caso. Ele afirmou que participou da criação de um fundo para a construção de um empreendimento em Trancoso, distrito de Porto Seguro, no litoral baiano. Segundo Bacelar, Vorcaro demonstrou interesse em adquirir parte desse projeto, o que justificaria o envio da documentação.

O parlamentar ressaltou, no entanto, que a transação não foi adiante. “Ele me fez uma consulta sobre um imóvel em Porto Seguro, que não se concretizou”, declarou Bacelar, acrescentando que, com as dificuldades do banco, Vorcaro pediu mais tempo e foi feito um documento dando a ele opção de compra.

Esse documento imobiliário, por sua vez, se tornou peça central em uma nova movimentação jurídica da defesa de Daniel Vorcaro. Na sexta-feira, 28 de novembro, os advogados do empresário ingressaram com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que toda a investigação fosse transferida para a Corte.

O argumento utilizado é que o caso teria semelhanças com o da Operação Overclean, que foi enviada ao STF após a apreensão de documentos de uma transação imobiliária que envolvia um deputado. O requerimento foi distribuído ao ministro Dias Toffoli.

Andamento da operação e posição da PF

A Polícia Federal mantém a posição de que não existem elementos que justifiquem o envio do inquérito ao Supremo. Os agentes continuam analisando todo o material recolhido na Operação Compliance Zero, deflagrada no dia 18 de novembro.

Até agora, a avaliação da corporação é de que o negócio imobiliário encontrado não tem relação com o foco principal das investigações, que é a operação de venda do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB).

Além dos documentos, a PF apreendeu celulares de vários investigados, que passam por perícia. Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB, que estava fora do país quando a operação começou, entregou voluntariamente seu aparelho aos investigadores na semana passada.

Daniel Vorcaro, por sua vez, deixou o presídio em Guarulhos no sábado, 29 de novembro, após ficar detido por 11 dias por ordem da primeira instância da Justiça Federal. A soltura ocorreu depois que a desembargadora Solange Salgado, do TRF-1, reconsiderou sua decisão e revogou as prisões preventivas dos cinco investigados no caso. A defesa do dono do Banco Master não se manifestou sobre as novas revelações.