O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu utilizou as redes sociais para comemorar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que determinou a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A celebração foi acompanhada pelo samba 'Vou Festejar', da eterna Beth Carvalho.
Celebração política nas redes sociais
Em suas publicações, o petista afirmou que a prisão representa "um recomeço para o Brasil, prendendo o chefe da tentativa de golpe". A música escolhida como trilha sonora reforçava o tom da mensagem, com trechos como "Chora, não vou ligar / Chegou a hora, vais me pagar".
Dirceu tem trajetória marcada por passagens pelo sistema prisional brasileiro. Sua primeira experiência com a prisão ocorreu em 1968, durante a ditadura militar, quando era líder estudantil. Ele foi libertado no ano seguinte após negociação com guerrilheiros que haviam sequestrado o embaixador americano Charles Burke Elbrick.
Histórico prisional do ex-ministro
O petista voltaria a ser preso em 2013 após condenação no escândalo do Mensalão, onde foi apontado como principal operador do esquema de compra de apoios no Congresso. Na época, cumpriu pena no presídio da Papuda, no Distrito Federal - mesmo local que foi cogitado para abrigar Bolsonaro.
Dirceu obteve prisão domiciliar em 2014 e teve a pena perdoada em 2016 pelo ministro Luís Roberto Barroso, com base em decreto de indulto natalino assinado pela então presidente Dilma Rousseff.
Na Operação Lava-Jato, o ex-ministro foi condenado a 23 anos de prisão pelo então juiz Sergio Moro. Ele ficou 854 dias no Complexo Médico-Penal de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, sendo preso três vezes por participação em esquemas de corrupção na Petrobras e em empreiteiras.
Vitória judicial recente e apoio petista
Em outubro de 2024, Dirceu obteve importante vitória quando o ministro Gilmar Mendes anulou todos os processos da Lava-Jato contra ele, pelo mesmo motivo que beneficiara Lula: questionamentos sobre o papel de Sergio Moro como juiz.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, também se manifestou sobre a prisão de Bolsonaro, classificando o dia como "grande" em suas redes sociais. Ele defendeu a decisão de Moraes, argumentando que a medida se baseou na necessidade de garantir a ordem pública.
Farias destacou que "a prisão preventiva cumpre mandado expedido pelo STF e evidencia que, diante de risco concreto à ordem pública e de manipulação política do processo, a lei alcança todos, inclusive o ex-presidente".
O petista também citou a vigília convocada por Flávio Bolsonaro como fator que pesou na decisão, por transformar "o processo criminal em ato político" e criar clima de intimidação ao STF e à Polícia Federal.