Deputado Derrite evita perguntas após aprovação do PL Antifacção
Derrite evita perguntas após PL Antifacção

O deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP) viveu um momento constrangedor minutos após conseguir a aprovação do PL Antifacção no plenário da Câmara dos Deputados. Na tarde de 19 de novembro de 2025, o parlamentar protagonizou uma cena incomum ao se recusar a responder perguntas da imprensa sobre pontos polêmicos do projeto.

Coletiva sem coletividade

Apesar de ter convocado uma coletiva de imprensa para falar sobre a aprovação da proposta, Derrite limitou-se a ler um pronunciamento previamente preparado, sem espaço para improvisos ou questionamentos. Cercado por aliados, o relator do projeto dedicou apenas alguns minutos à leitura do texto, evitando qualquer possibilidade de ser colocado em situação delicada.

Os jornalistas presentes tentaram abordar o deputado sobre diversos aspectos controversos da matéria, incluindo o encontro que teve com os ex-presidentes da Casa Arthur Lira e Eduardo Cunha na semana anterior. Mesmo sendo acompanhado até a saída do andar principal do Legislativo, Derrite manteve silêncio absoluto frente aos questionamentos.

Elogios a Tarcísio geram contradição

Em um dos momentos mais contraditórios de seu discurso, Derrite reclamou da suposta tentativa do governo federal de politizar a tramitação do PL Antifacção, mas não economizou em elogios ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, potencial adversário do presidente Lula nas eleições de 2026.

O parlamentar afirmou que não buscou a politização da proposta e acusou o Executivo de fazer exatamente isso. Entretanto, sua fala foi marcada por repetidos elogios ao chefe do executivo paulista, criando uma evidente contradição em suas declarações.

Contexto político delicado

A designação de Derrite como relator do PL Antifacção já havia causado desconforto no governo Lula. O deputado havia se licenciado do cargo de secretário de segurança pública de São Paulo para retomar o mandato parlamentar especificamente para relatar a matéria.

Como um dos principais auxiliares de Tarcísio de Freitas, sua atuação no processo era vista com desconfiança pelo Palácio do Planalto, que temia que o tema fosse utilizado para beneficiar o governador paulista no cenário eleitoral.

O episódio ocorrido após a aprovação do projeto revela as tensões políticas que envolvem a matéria e demonstra a cautela excessiva do relator em abordar temas sensíveis que possam gerar repercussões negativas para sua base política.