Defesa de Bacellar alega falta de acesso à investigação após dois dias de prisão
Defesa de Bacellar reclama falta de acesso à investigação

A defesa do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Rodrigo Bacellar (União Brasil), divulgou uma nota oficial nesta sexta-feira, 5 de dezembro de 2025, reclamando da falta de acesso aos detalhes da investigação que levou à sua prisão preventiva. Passados dois dias da Operação Unha e Carne, os advogados afirmam que ainda não tiveram ciência do teor completo do inquérito.

Detalhes da prisão e alegações da defesa

Rodrigo Bacellar foi detido na quarta-feira, 3 de dezembro, após comparecer a uma reunião convocada na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. O mandado de prisão preventiva foi expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No momento da detenção, o celular do parlamentar foi apreendido e, dentro de seu carro blindado, foram encontrados aproximadamente R$ 90 mil em espécie.

Na nota, a defesa classifica a prisão como "desproporcional" e afirma trabalhar ativamente por sua revogação. Os advogados negam veementemente que Bacellar tenha atuado para obstruir as investigações sobre o caso do ex-deputado conhecido como TH Joias, acusado de ser um braço político da facção criminosa Comando Vermelho.

Valores apreendidos e processo na Assembleia

Sobre o dinheiro apreendido, a defesa do presidente da Alerj esclareceu que os valores estariam integralmente declarados à Receita Federal, buscando afastar qualquer suspeita de irregularidade. O texto da nota é enfático: "Fundamental esclarecer que os valores encontrados com o deputado estão integral e devidamente declarados".

Paralelamente ao movimento judicial, inicia-se nesta sexta-feira, na Assembleia Legislativa, um processo político que poderá culminar na libertação de Bacellar. Aliados do deputado começam a articular medidas internas que visam reverter sua situação carcerária.

Contexto da investigação e próximos passos

O deputado é suspeito de ter vazado informações sigilosas para TH Joias sobre a operação policial que resultou na prisão do joalheiro. A defesa, no entanto, reitera a inocência de Bacellar e garante que tudo será esclarecido para afastar o que chamam de "injustas suspeitas".

O caso, que envolve altas figuras do poder legislativo fluminense e investigações sobre crime organizado, segue sob os holofotes, com desdobramentos tanto na esfera judicial, no STF, quanto no âmbito político, na Alerj. A expectativa é que os próximos dias tragam definições sobre a manutenção ou revogação da prisão preventiva decretada por Alexandre de Moraes.