Uma investigação revela que a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) segue sendo agraciada com contratos milionários do governo federal, mesmo estando envolvida em esquemas de fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Contratos mantidos apesar das investigações
Dados oficiais mostram que a entidade sindical recebeu mais de R$ 25 milhões em repasses federais entre 2023 e 2024. Os valores foram destinados através de emendas parlamentares e convênios diretos com ministérios, mantendo o fluxo de recursos públicos para a organização.
Histórico de irregularidades na previdência
A Contag está no centro de operações da Polícia Federal que investigam fraudes em benefícios previdenciários. As investigações apontam para:
- Superfaturamento de serviços de assessoria
- Desvios de recursos públicos através de ONGs ligadas à entidade
- Utilização de laranjas para recebimento de benefícios
- Fortalecimento de esquema de corrupção na previdência
Falta de transparência nos repasses
Especialistas em direito administrativo alertam para a ausência de critérios técnicos na manutenção dos contratos. A continuidade dos repasses ocorre sem que a entidade tenha se explicado adequadamente sobre as acusações, levantando questionamentos sobre a eficácia dos mecanismos de controle.
Impacto nos cofres públicos
As fraudes no INSS associadas à Contag já causaram prejuízos estimados em milhões aos cofres públicos. Paradoxalmente, a mesma entidade investigada segue acessando recursos federais através de novas modalidades de contrato.
Silêncio do governo federal
Até o momento, os ministérios envolvidos nos repasses não se manifestaram sobre a contradição de manter contratos com uma organização sob investigação por desvios na área previdenciária. A situação expõe falhas na governança e na fiscalização de convênios públicos.
O caso da Contag ilustra como entidades envolvidas em esquemas de corrupção continuam tendo acesso a recursos públicos, levantando dúvidas sobre a efetividade das medidas de combate à má aplicação do dinheiro dos contribuintes.