
O plenário do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade, nesta segunda-feira (7), a abertura de processos disciplinares contra três parlamentares que teriam participado ativamente dos tumultuados eventos de 8 de dezembro do ano passado. A decisão, diga-se de passagem, não foi nenhuma surpresa para quem acompanha o caso.
Os nomes que agora estarão sob o microscópio da ética parlamentar são: Sargento Gonçalves (PL-RJ), Silvia Waiãpi (PL-AP) e Coronel Chrisóstomo (PL-RO). Três figuras que, convenhamos, não são exatamente novatos quando o assunto é polêmica.
O que dizem as denúncias
As acusações são graves, muito graves. Segundo o relatório aprovado, os deputados teriam não apenas participado daquela confusão toda, mas feito algo pior: incitado e coordenado ações que resultaram na invasão do plenário da Câmara. Uma verdadeira baderna institucional, para ser bem direto.
O parecer do conselho foi taxativo - os três parlamentares "atuaram de forma coordenada com os invasores". Não foi um mero descuido ou uma presença inocente no local errado na hora errada. A participação deles teria sido, nas palavras do relator, "ativa e deliberada".
E agora, o que pode acontecer?
Bom, se forem considerados culpados, o estrago pode ser grande. As penalidades vão desde uma simples advertência até a cassação do mandato. Sim, você leu certo: perder o cargo é uma possibilidade real.
Mas calma, não é para já. O processo ético tem suas regras e prazos - e não são dos mais rápidos, como bem sabemos. Primeiro, os deputados terão direito à ampla defesa, depois virão as oitivas de testemunhas, e só então o julgamento final.
Um recado claro
O que me chama atenção nesse caso todo é o timing. A decisão sai justamente quando o Congresso tenta se recompor após meses de turbulência. Não é coincidência, obviamente.
Parece que a Casa quer passar uma mensagem clara: certos limites não podem ser ultrapassados, mesmo em tempos de polarização extrema. Resta saber se o recado será ouvido.
Enquanto isso, os três deputados seguem exercendo seus mandatos normalmente. A vida política continua, mas com um sério processo ética pendurado no pescoço. Algo que, convenhamos, não é exatamente um trunfo para qualquer carreira política.