
Parece que a velha máxima de que "a esquerda é sua própria inimiga" ganhou mais um capítulo digno de novela mexicana no Brasil. Ciro Gomes, aquele personagem político que todo mundo conhece mas poucos realmente entendem, resolveu soltar os cachorros — e que cachorros!
Numa entrevista que mais parecia uma sessão de terapia mal conduzida, o ex-ministro de FHC disparou contra tudo e todos, especialmente contra o PT. E olha, não foram críticas construtivas não. Foram daquelas que deixariam qualquer militante petista com os cabelos em pé.
Os termos "não muito educados" que podem custar caro
Quando Ciro se empolga, é melhor sair da frente. Chamou os petistas de "idiotas úteis", acusou Lula de narcisismo — como se fosse novidade — e soltou algumas pérolas que não reproduzirei aqui para não chocar os ouvidos mais sensíveis. Mas digamos que envolviam comparações nada lisonjeiras com partes do corpo humano.
Não contente em apenas criticar, ainda deu uma de vidente: "serei candidato em 2026". Afirmação ousada para quem vem caindo nas pesquisas desde que o Lula resolveu voltar à política.
A resposta do PT: não vai ficar por isso mesmo
O Partido dos Trabalhadores, que nunca foi de levar desaforo para casa, já anunciou que vai processar o pobre coitado. A assessoria jurídica petista deve estar esfregando as mãos — processo contra político famoso sempre dá visibilidade.
"Não admitiremos calúnias e difamações", disse um dirigente petista que preferiu não se identificar. Traduzindo: "vamos fazer barulho e ganhar uns pontos na opinião pública".
O curioso é que essa não é a primeira vez que Ciro mete os pés pelas mãos. Em 2018, suas declarações contra a então candidata petista renderam até pedido de desculpas público. Mas parece que o homem não aprende — ou não quer aprender.
O que isso significa para 2026?
Bom, se a ideia era conquistar eleitores descontentes com o governo Lula, talvez ofender o partido que ainda comanda a maior base de esquerda do país não seja a estratégia mais inteligente. Mas quem sou eu para duvidar dos métodos de um político que já está no jogo há décadas?
O certo é que o espectro político brasileiro continua mais fragmentado que vidro de carro após protesto. Enquanto a direita se organiza — mais ou menos — a esquerda parece determinada a provar que pode ter mais divisões que uma calculadora.
Resta saber se o eleitorado vai lembrar dessa novela daqui a três anos. Na política brasileira, três dias é muito tempo — quem dirá três anos.
Enquanto isso, Ciro segue sendo Ciro: imprevisível, contraditório e, acima de tudo, ótimo para gerar manchetes. Alguém duvida que ele não goste exatamente disso?