O sistema de monitoramento eletrônico do Distrito Federal registrou no último sábado uma tentativa de violação da tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro. O incidente ocorreu às 00h07 e foi imediatamente detectado pelo Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime), que opera 24 horas por dia.
Como funciona o sistema de monitoramento
O Brasil atualmente monitora mais de 170 mil tornozeleiras eletrônicas, segundo dados revelados pelo Fantástico no último domingo (23). Cada equipamento é tecnologicamente avançado, integrando GPS, modem e dois cartões de operadoras telefônicas diferentes para garantir a estabilidade do sinal.
As tornozeleiras são resistentes à água e funcionam ininterruptamente. Elas emitem alertas automáticos quando há tentativa de violação do dispositivo ou quando a pessoa monitorada sai da área permitida.
O centro de controle em tempo real
No centro de controle do Cime, qualquer tentativa de violação é registrada em tempo real. "As ocorrências aparecem na tela na mesma hora", explica a diretora Ivani Matos Sobrinho, responsável pela operação do centro.
Segundo a diretora, as infrações mais comuns acontecem quando a pessoa monitorada ultrapassa os limites da própria residência. "Se ele sai do portão e vai pra rua, já está descumprindo a regra", detalha Ivani.
Quando o sistema identifica uma irregularidade, um alarme sonoro é acionado para os funcionários da central e a tela exibe um alerta visual colorido:
- Cor rosa: indica tentativa de violação da pulseira ou do dispositivo
- Cor roxa: sinaliza bateria fraca ou equipamento desligado
O caso de Jair Bolsonaro
A tentativa de violação de Bolsonaro foi registrada exatamente à meia-noite e sete minutos de sábado. "O sistema de monitoração gerou alerta indicando violação do dispositivo", conforme os registros oficiais.
Inicialmente, policiais penais realizaram o primeiro contato e receberam a informação de que o ex-presidente havia batido o dispositivo em uma escada. No entanto, quando a equipe do Cime chegou ao local, Bolsonaro admitiu a verdadeira causa do dano.
Em vídeo, o ex-presidente confessou ter usado uma ferramenta de calor no equipamento: "Meti um ferro quente aí", declarou. Questionado sobre qual ferramenta utilizou, Bolsonaro especificou: "Ferro de soldar. Solda".
Ele também revelou que a ação de danificar o dispositivo começou ainda no final da tarde de sexta-feira, antes do registro formal da violação pelo sistema de monitoramento.