Carlos Bolsonaro compara tratamento de pai com Marcola do PCC
Carlos Bolsonaro compara pai com chefe do PCC

O ex-vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, gerou polêmica ao comparar publicamente a situação do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, com a do principal líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. A declaração foi feita nas redes sociais neste fim de semana, com o objetivo de criticar o que ele classifica como tratamento diferenciado pela Justiça aos dois condenados que cumprem pena atualmente.

A comparação nas redes sociais

Na tarde de sábado, 14 de dezembro de 2025, Carlos Bolsonaro utilizou a rede social X para expor sua visão. Em sua publicação, ele citou duas notícias de veículos de imprensa para sustentar seu argumento. A primeira, da CNN em 5 de junho de 2025, informava que Marcola foi levado a um hospital no Distrito Federal sob forte esquema de segurança para realizar exames.

A segunda, do jornal Estadão em 13 de dezembro de 2025, relatava que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou que Jair Bolsonaro fizesse exames médicos na sede da Polícia Federal em Brasília, e não em um hospital externo. "Nada do que ocorre hoje no enredo político nacional e internacional é ao acaso, além dos objetivos serem muito claros", concluiu Carlos em sua postagem.

O contexto dos pedidos médicos

A comparação surge em meio a uma série de pedidos da família e dos advogados de Jair Bolsonaro. Eles têm solicitado que o ex-presidente, preso na carceragem da PF em Brasília, tenha autorização para se deslocar a um hospital do Distrito Federal para a realização de exames e procedimentos de saúde.

No entanto, o ministro Alexandre de Moraes determinou inicialmente que os exames fossem feitos dentro da própria sede da Polícia Federal. A decisão do magistrado tem como objetivo verificar a real necessidade de um deslocamento externo. O STF considera que a tentativa de fuga de Bolsonaro, quando ele usou um ferro de solda para tentar remover sua tornozeleira eletrônica, é um fator que exige atenção redobrada das autoridades quanto às condições de sua detenção.

Vale destacar que já existe uma decisão judicial determinando que uma equipe médica fique responsável pelo ex-presidente dentro da carceragem, e seus médicos pessoais têm acesso liberado a ele.

Perfis e penas dos envolvidos

A comparação estabelecida por Carlos Bolsonaro envolve duas figuras com perfis jurídicos e penas bastante distintas. Jair Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão por condenação relacionada a tentativa de golpe de estado. Ele está detido na carceragem da Polícia Federal.

Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, cumpre pena superior a 340 anos de prisão. Sua sentença é resultado de condenações por uma série de crimes graves, incluindo homicídios, tráfico de drogas, roubo a banco, roubo a mão armada e formação de quadrilha. O líder do PCC está preso na Penitenciária Federal de Brasília, uma unidade de segurança máxima.

A declaração do ex-vereador reacende o debate sobre a aplicação da lei e o tratamento dado pelo sistema judiciário a figuras públicas em contraste com líderes do crime organizado, um tema sensível e frequentemente polarizado na opinião pública brasileira.