O ex-presidente Jair Bolsonaro se encontra preso preventivamente após admitir ter tentado violar sua tornozeleira eletrônica utilizando um ferro de solda quente. O episódio ocorreu na tarde de sexta-feira, 21 de novembro de 2025, e resultou na prisão do político na manhã do sábado, 22 de novembro.
Confissão e estado do equipamento
Durante avaliação realizada por agentes da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Bolsonaro confessou espontaneamente o ato. "Meti um ferro quente aí. Curiosidade", declarou o ex-presidente à agente que inspecionava o dispositivo.
Imagens registradas pelos agentes de segurança comprovam a tentativa de violação. O plástico que reveste o equipamento aparece derretido de fora a fora, com marcas de queimadura visíveis em toda a circunferência do aparelho, especificamente na área de encaixe e fechamento do case.
Reação do STF e prisão preventiva
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, considerou a conduta de Bolsonaro como risco de fuga e determinou sua prisão preventiva. A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal comunicou formalmente o estado deteriorado da tornozeleira ao Supremo Tribunal Federal.
Em documento enviado à corte, a pasta descreveu que "o equipamento possuía sinais claros e importantes de avaria". A avaliação do dispositivo foi realizada logo após a meia-noite de sexta-feira, e a tornozeleira foi imediatamente substituída.
Desdobramentos jurídicos
Alexandre de Moraes concedeu prazo de 24 horas para que a defesa de Bolsonaro se manifeste sobre a violação do equipamento eletrônico. Após esse período, o caso seguirá para análise do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que terá igual prazo para se pronunciar.
Enquanto isso, Bolsonaro permanece detido em uma cela na superintendência da Polícia Federal, local que conta com banheiro privativo, televisão, ar condicionado e frigobar. O ex-presidente deve passar por audiência de custódia no domingo.
A ordem de prisão será submetida à Primeira Turma do STF através de plenário virtual na próxima segunda-feira, 24 de novembro. Paralelamente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, convocou apoiadores para uma vigília em frente ao condomínio onde seu pai cumpria prisão domiciliar anteriormente.