O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado (22) em sua residência em Brasília e conduzido à sede da Polícia Federal. A prisão preventiva foi ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), sem prazo definido para duração.
Motivos que levaram à prisão preventiva
De acordo com a decisão judicial, a detenção do ex-presidente foi motivada por uma série de fatores que indicavam risco elevado de fuga. O ministro Alexandre de Moraes enumerou em seu despacho as principais razões que justificaram a medida extrema.
A violação da tornozeleira eletrônica ocorreu por volta das 0h08 deste sábado, conforme registrado pelo sistema de monitoramento. Bolsonaro já cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto, e a violação do dispositivo foi considerada um risco concreto de fuga.
Outro fator determinante foi a convocação de uma vigília por parte do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em frente à casa do pai. Moraes considerou que a aglomeração de apoiadores representava alto risco para a efetividade da prisão domiciliar e poderia comprometer a ordem pública.
Contexto internacional e histórico de fuga
O ministro do STF também citou em sua decisão o comportamento de deputados aliados do ex-presidente que deixaram o país. Alexandre Ramagem, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro viajaram para o exterior em what foi interpretado como tentativa de escapar da Justiça brasileira.
A proximidade da residência de Bolsonaro com embaixadas estrangeiras também preocupou a Justiça. O condomínio onde o ex-presidente cumpria as medidas judiciais fica a aproximadamente 13 km da embaixada dos Estados Unidos, distância que pode ser percorrida em cerca de 15 minutos de carro.
Durante as investigações que levaram à condenação de Bolsonaro, foi descoberto um plano para buscar asilo político na embaixada da Argentina. Esse histórico reforçou a avaliação do ministro sobre o risco real de evasão do ex-presidente.
Detalhes da prisão e local de detenção
A operação de prisão ocorreu por volta das 6h da manhã e, segundo relatos, Bolsonaro reagiu com tranquilidade à ação policial. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não estava presente no momento da detenção.
O comboio que transportava o ex-presidente chegou à sede da Polícia Federal às 6h35. Após os procedimentos iniciais, Bolsonaro foi levado para a Superintendência da PF no Distrito Federal, onde ficará em uma Sala de Estado reservada para autoridades de alto escalão.
O espaço onde o ex-presidente permanecerá detido é similar ao que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocupou na sede da Polícia Federal em Curitiba, entre 2018 e 2019. A sala conta com cama e banheiro privativo e segue o padrão destinado a ex-presidentes da República.
É importante destacar que a prisão preventiva não tem relação direta com a condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes. A medida cautelar será reavaliada periodicamente pela Justiça, conforme determina a legislação brasileira.
