Bolsonaro preso preventivamente após violar tornozeleira eletrônica
Bolsonaro preso após violar tornozeleira eletrônica

Ex-presidente Jair Bolsonaro é preso em operação da Polícia Federal

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado (22) e encontra-se detido na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. A decisão foi tomada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, após a Polícia Federal apontar risco de fuga do ex-mandatário e registrar uma tentativa de violação do dispositivo de monitoramento eletrônico.

Cronologia dos eventos que levaram à prisão

Os eventos que culminaram na prisão do ex-presidente começaram na tarde de sexta-feira (21). Por volta das 17h, o senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, convocou uma vigília para a noite de sábado nas proximidades da residência do pai.

Às 23h, a Polícia Federal formalizou pedido de prisão preventiva ao STF, argumentando que "considerando as técnicas empregadas por integrantes da organização criminosa, o tumulto nos arredores da residência do condenado poderá criar um ambiente propício para sua fuga".

O momento crucial ocorreu à 0h07 da madrugada de sexta para sábado, quando o alarme da tornozeleira eletrônica de Jair Bolsonaro foi acionado no Centro Integrado de Monitoração Eletrônica do Distrito Federal. Um minuto depois, o ministro Alexandre de Moraes foi informado sobre a ocorrência de violação.

De acordo com relatórios, policiais penais estabeleceram contato imediato com Bolsonaro, solicitando que se apresentasse para verificação do equipamento. A diretora-adjunta do CIME dirigiu-se até a casa do ex-presidente e constatou que "o equipamento possuía sinais claros e importantes de avaria".

Operação de prisão e traslado para a PF

Às 1h09, agentes federais compareceram à residência de Bolsonaro para substituir o equipamento danificado. Pouco depois, às 1h25, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, manifestou-se favoravelmente ao pedido de prisão formulado pela PF.

Às 2h30, o ministro Alexandre de Moraes decretou oficialmente a prisão preventiva. A operação de custódia iniciou-se às 6h, quando agentes da Polícia Federal adentraram o condomínio onde reside o ex-presidente, isolando a área para cumprimento do mandado judicial.

O comboio com cinco carros e uma van deixou o condomínio aproximadamente às 6h15, transportando Bolsonaro preso em alta velocidade. O percurso de 18 quilômetros até a Superintendência da Polícia Federal foi realizado em cerca de 20 minutos, com chegada registrada às 6h35.

Condições da detenção e visitas autorizadas

O ex-presidente estava acompanhado de um advogado durante a transferência e realizou exame de corpo de delito nas dependências da Polícia Federal. Posteriormente, outro advogado integrou-se à equipe de defesa.

Por volta das 8h, agentes retornaram ao condomínio para buscar medicamentos de uso pessoal de Bolsonaro. Durante o período de detenção na Superintendência, a defesa poderá solicitar autorização ao Supremo Tribunal Federal para fornecer ao ex-presidente artigos pessoais, equipamentos eletroeletrônicos e livros.

O ministro Alexandre de Moraes estabeleceu que apenas advogados e equipe médica têm acesso irrestrito ao ex-presidente. Qualquer outra visita dependerá de autorização expressa do magistrado.

Na tarde anterior à prisão, Bolsonaro havia recebido a visita do deputado federal Nikolas Ferreira, do PL. Os dois conversaram sentados na área externa dos fundos da casa, com o parlamentar utilizando celular - prática expressamente vedada pela decisão de agosto que decretou a prisão domiciliar do ex-presidente.

A sala onde Bolsonaro permanecerá detido na Superintendência da Polícia Federal está equipada com cama, televisão, banheiro e frigobar, conforme determinação judicial que assegura condições adequadas de custódia.